A solução encontrada pelo governo estadual para diminuir a lotação do Presídio Central, tentar a desinterdição do local e evitar que presos provisórios permaneçam em delegacias da Grande Porto Alegre pode não ter resultado. O juiz da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Venâncio Aires, João Francisco Goulart Borges, já garantiu que não autorizará a transferência de apenados da Região Metropolitana - especialmente do Presídio Central - para o município. As informações são da Rádio Gaúcha.
Segundo o magistrado, o novo presídio de Venâncio Aires foi construído para atender às demandas do Vale do Taquari e do Vale do Rio Pardo, que contam com casas prisionais superlotadas.
- Foi um compromisso do governo anterior com a administração do município. É uma cadeia para atender a interesses regionais. A transferência não atende a nenhum critério técnico de segurança pública. As vagas não atendem nem à demanda da região - assegura.
Presos provisórios deixam DPs de Porto Alegre e vão para o Presídio Central
Interdição do Central faz com que presos fiquem em delegacias
Opinião: Vários passos atrás
De acordo com ele, houve um acordo com o Palácio Piratini e a negociação da ida de cem presos provisórios somente que não integrassem facção criminosa, que não fossem condenados por crime de tráfico, roubo e formação de quadrilha. Após, eles seriam encaminhados para o Presídio de Canoas.
O governo pretendia enviar detentos da maior casa prisional do Estado para nova penitenciária de Venâncio Aires nos próximos dias. A informação foi repassada pelo secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini, em entrevista à Rádio Gaúcha na quinta-feira. De acordo com o secretário, a decisão está sendo tomada em conjunto com as pastas da Administração, de Obras e da Fazenda, além do Poder Judiciário e empreitarias.
Em Venâncio Aires, serão cerca de 500 vagas, mas houve um problema com mesas e cadeiras e as mesmas tiveram de ser trocadas. Os equipamentos devem chegar nos próximos dias e só depois poderá se dar início à transferência dos apenados.
Em relação ao novo complexo de Canoas, 92% das obras estão prontas, mas existem problemas nos acessos e em uma subestação de energia elétrica. Conforme a Secretaria estadual da Segurança Pública, estão marcadas reuniões com o Judiciário para tentar uma negociação.
*Rádio Gaúcha