Foi por acaso que Cristiano Gonçalves, oito anos, de Viamão, se tornou parte do miniespetáculo beneficente apresentado por artistas do Circo Tihany Spetacular às crianças internadas e visitantes do Hospital da Criança Santo Antônio, no Centro de Porto Alegre, na tarde desta quinta-feira. Deficiente auditivo, Cristiano estava na instituição ao lado da mãe, Lidiane Isabel da Silveira, 34 anos, à espera do irmão mais velho que iria consultar. Inesperadamente, foi surpreendido pela movimentação de bailarinas, acrobatas e palhaços no saguão do hospital.
Logo na primeira parte da apresentação, Cristiano foi convidado por Henry Ayala Junior, o príncipe dos palhaços do Tihany, a participar do picadeiro improvisado. A comunicação por meio de gestos foi suficiente para fazer brilhar os olhos do menino e lhe arrancar sorrisos.
- Jamais esperávamos encontrar um circo no hospital. Ainda mais o Cristiano, que nunca esteve num circo. Ele está muito feliz - contou, emocionada, a mãe.
Do outro lado do palco, a paraense Maria Fernanda Lima, cinco anos, que recebeu um novo rim há cinco dias, não se conteve e pediu à mãe, a dona de casa Regina Lima, 30 anos, lhe tirar por alguns segundos a máscara que protegia o rosto dela. Queria colocar o nariz de palhaço recém-recebido das mãos de uma das bailarinos do circo.
- Este momento é único para a Maria Fernanda, que não tem previsão de alta. Vê-la sorrindo aqui no hospital me enche de felicidade - disse Regina, que deixou a família no Pará para ficar ao lado da filha.
Diversão e risos
A apresentação dos artistas do Tihany no hospital é um ato comum a cada nova cidade visitada pela trupe formada por 60 artistas de 25 nacionalidades. Segundo o relações públicas do circo, Enrique Alvarado, a intenção dos artistas é levar alegria a quem precisa, principalmente crianças em recuperação de alguma enfermidade.
- O principal objetivo é fazê-las esquecer por alguns minutos que estão num hospital e transportá-las para o mundo mágico do circo - justificou.
Durante a apresentação de 30 minutos, dois acrobatas da Mongólia, o palhaço Henry e seis bailarinas divertiram pequenos e adultos. Até os funcionários do hospital acabaram indo ao picadeiro. Foi o caso do auxiliar administrativo Hork Veiga Junior, 43 anos, que em 26 anos atuando na instituição, jamais tinha sido assistente de palhaço, como contou aos risos.
- Fiz tudo o que ele (palhaço) pediu. Coloquei até peruca rosa. Tudo para alegrar as crianças, porque isso não tem preço - disse.
E o iniciante Hork arrancou gargalhadas de Dafne Sofia Meireles, cinco anos, de Viamão, internada há cinco dias para tratar uma bactéria na coluna. Inicialmente acanhada no colo da mãe, a dona de casa Monique Luana Meireles, 24 anos, a pequena soltou-se no decorrer das brincadeiras. Quando Hork colocou sobre o jaleco branco uma saia rosa, combinando com a peruca, a menina caiu no riso. A tarde do auxiliar administrativo e dos artistas do Tihany estava ganha!
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Maria Fernanda pediu o nariz de palhaço
Foto: Mateus Bruxel
Artista divertiu as crianças
Foto: Mateus Bruxel
Acrobatas apresentaram-se na entrada do prédio
Foto: Mateus Bruxel
Tarde de sorrisos no Hospital da Criança Santo Antônio
Foto: Mateus Bruxel