O primeiro protesto do Bloco de Luta pelo Transporte Público contra o aumento da tarifa de ônibus neste ano, marcado para começar às 17h desta quinta-feira, será acompanhado pela Brigada Militar (BM), que deverá estar com suas tropas presentes na região do Paço Municipal, no centro de Porto Alegre, ainda antes desse horário. O tenente-coronel Altemir Silva de Lima, que chefia interinamente o Comando de Policiamento da Capital (CPC), confia que a manifestação será pacífica. Mas promete ação dos policiais caso haja depredação na cidade:
- A intenção deles é conquistar a simpatia da população nesse primeiro protesto. Então, esperamos que seja ordeiro. Mas estaremos preparados para as ações que tivermos que executar, com policiamento preventivo, ostensivo e, se vier alguma outra ação por parte deles, teremos efetivo suficiente para tentar coibir.
Em 2013, durante o governo Tarso Genro (PT), ficou marcado o distanciamento dos PMs em muitos protestos, evitando o confronto com manifestantes. A atitude poderá mudar, agora, no governo José Ivo Sartori (PMDB). Segundo o comandante interino do CPC, não há qualquer recado ou intervenção do governador sobre a atuação que os policiais devem ter. Todas as decisões caberão à BM.
- Na questão das depredações, a Brigada atua de acordo com a legalidade. Se tivermos efetivo nas proximidades e tivermos condições, vamos atuar. O que a gente faz é cumprir a lei. Agora, tem situações que dependem muito do momento, no caso de não termos policiais em determinado local. Mas tentaremos manter o efetivo suficiente para coibir qualquer ação - afirmou o oficial.
Representante do DCE da UFRGS e da Assembleia Nacional de Estudantes - Livre (Anel) no Bloco, Matheus Gomes disse nesta semana que a recomendação do movimento é "simples e direta": dialogar com a população, e "as ações não passam pela depredação". O objetivo é mostrar para a população o "absurdo do aumento da passagem".
- Não é nosso método e nós vamos batalhar para que não se desenvolva esse tipo de ação - afirmou.
Às 15h30min desta quinta-feira, o deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) irá ao Foro Central, acompanhado de colegas do seu partido, para entrar com uma ação popular contra o aumento. Ruas fundamentou o pedido de liminar na "demonstração de que vai ocorrer dano presumido na concessão do aumento". Ele salientou que uma alta na tarifa - o pedido das empresas de ônibus é de reajuste dos atuais R$ 2,95 para R$ 3,49 - "ofende muitos princípios constitucionais" porque as companhias que fazem o serviço de transporte coletivo atuam "na ilegalidade".
- Não pode ter aumento enquanto não tiver licitação - resume Ruas.