O documento que traz a pauta de reivindicações dos rodoviários de Porto Alegre para 2015 foi protocolado na Associação dos Transportares de Passageiros (ATP) por volta na tarde desta segunda-feira. O principal ponto é o pedido de 11,5% no reajuste dos salários (6,5% referentes à inflação do último ano e 5% de ganho real).
Ainda não há expectativa quanto a primeira rodada de negociação entre os sindicatos dos trabalhadores e o patronal. As informações são da Rádio Gaúcha.
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A pauta inclui mais oito itens, entre eles o aumento no valor do tíquete-refeição (de R$ 19 para R$ 23,75), redução da jornada de trabalho (seis horas) e a instituição de um plano de demissão voluntária.
- Queremos o reajuste nos salários, mas também queremos avançar na questão social. Há pontos que não geram custos para as empresas - relata o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários da Capital.
A ATP deve se posicionar sobre a pauta após análise jurídica jurídica de seu conteúdo.
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Passagens
A definição do reajuste do salário da categoria e a concessão dos benefícios impacta diretamente no valor da passagem, atualmente fixado em R$ 2,95. Em outras capitais, as tarifas tiveram aumento significativo nos últimos meses, como São Paulo (de R$ 3 para R$ 3,50) e Rio de Janeiro (de R$ 3 para R$ 3,40).
A renovação da frota em Porto Alegre está suspensa desde junho de 2013, quando ocorreram diversos protestos contra o valor da tarifa, reduzida na ocasião devido a decisões judiciais e a isenção de impostos municipais e federais.
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Fogo amigo
Divididos nos últimos anos, os rodoviários seguem com problemas de comando, mesmo com a intervenção da Justiça para a escolha da diretoria que definiu a pauta de reivindicações. Parte dos trabalhadores reclama não ter participado da construção da proposta, o que estaria previsto em estatuto.
- Antes tínhamos uma comissão para discutir, agora é a própria diretoria do Sindicato quem vai fazer as negociações a portas fechadas com os patrões. Falta transparência - relata Rodrigo Almeida da Silva, motorista e delegado sindical na empresa Tinga.
- Esse é um grupo de poucas pessoas. Eles perderam a eleição. A comissão, como teve nos últimos anos, serve apenas para a promoção política - diz o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Sergio Vieira.
Após a assembleia, realizada no dia 29 de dezembro, um grupo de opositores da atual diretoria registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil reclamando do que classificaram como falta de espaço para o debate. Uma ação foi protocolada no Ministério Público pedindo a anulação do encontro.
Confira a pauta completa dos rodoviários
- Tickets nas férias;
- Diminuição do percentual de desconto do ticket para 5%;
- Aumento de 25% no valor do ticket (de R$ 19,00 para R$ 23,75);
- Fim do Intervalão, principalmente nos feriados e nos domingos;
- Cesta Básica;
- Aumento real de 5%;
- Plano de demissão voluntaria para aposentados e trabalhadores da ativa;
- Proibição da compensação de horas;
- Redução da jornada de trabalho (meta são 6 horas).