Um assalto a um posto de gasolina com ares de filme de ação impressionou até mesmo o experiente dono de uma rede de postos de combustíveis de Porto Alegre, às 2h desta quinta-feira, na Zona Norte da Capital. Mesmo depois de contabilizar, em 2014, 32 ataques ao mesmo estabelecimento, o proprietário do local acredita que esta, talvez, tenha sido a investida mais violenta e ousada.
Foram dez homens envolvidos, munidos com um fuzil, pistolas, serra e rádio na frequência da Brigada Militar. Os criminosos chegaram em três carros, renderam os quatro funcionários que trabalhavam na madrugada, arrombaram o cofre e o depósito de mercadorias.
Confira no vídeo como foi a ação dos bandidos:
- É uma quadrilha muito bem organizada. Três homens ficaram no pátio controlando os funcionários das bombas. Dois entraram na loja e no depósito, enquanto os outros cinco ficaram em volta do cofre. Não se deram ao trabalho sequer de usar capuz ou algo que escondesse o rosto - relata o proprietário, que pediu para não ser identificado.
Segundo o empresário, foram 45 minutos de terror para os funcionários que ficaram sob a mira dos criminosos.
- Humilhavam os funcionários com tapas na cabeça e xingamentos, fazendo uma tortura psicológica durante todo o tempo, uma coisa bem cruel. E ainda fizeram um dos frentistas entregar a aliança - conta o dono do posto.
Do depósito, foram levadas pelo menos dez garrafas de wisky e quatro caixas de cigarros - cada caixa contem 50 pacotes, com dez carteiras cada, o que representa 2 mil maços de cigarro. O proprietário estima que, só em mercadorias, o prejuízo gire em torno de R$ 4 mil. A quantia em dinheiro levada do cofre não foi informada.
- Isto tem sido rotineiro no nosso setor. O que vai aumentando é a proporção dos ataques, cada vez mais bem planejados e executados. Isto nos preocupa, porque já fomos atacados por assaltantes usando farda da Brigada Militar, coletes à prova de balas, e não sabemos mais a quem recorrer. Já pedimos ajuda á Secretaria de Segurança, mas até hoje nada foi feito, e eles continuam atacando. Já ponderamos e não vale a pena investir em segurança armada, porque aí sim uma tragédia pode acontecer a qualquer momento - lamenta o empresário.
Não bastasse os danos materiais e emocionais, o dono do posto ainda se vê com outro problema nas mãos: a falta de funcionários.
- Já é difícil achar quem queira trabalhar em posto, nos turnos da noite e da madrugada, então, está ficando impossível - completa.
O Diário Gaúcho entrou em contato com o 20º BPM, que atendeu a ocorrência, mas foi informado que o comando do batalhão não falará a respeito. O caso será investigado pela 18ª DP.
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