As lojas ainda não haviam aberto as portas e os transeuntes ainda circulavam sonolentos e silenciosos quando Laura Gomes, nove anos, adentrou a Praça da Alfândega com uma missão: conseguir um autógrafo do quadrinista Mauricio de Sousa.
- Se fosse pela Laura, a gente teria vindo no dia anterior e dormido aqui - conta a secretária Tatiana Gomes Soares, mãe da menina.
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Eram 7h20mim da manhã quando mãe e filha se postaram diante da banca que distribuiria as 70 senhas que davam direito a um autógrafo do criador da Turma da Mônica. A distribuição só começou depois das 12h e se esgotou em menos de 30 minutos. Tatiana justifica tamanho esforço da filha:
- Foi com a Turma da Mônica que Laura se alfabetizou.
Mas não eram apenas os pequenos que estavam ansiosos para ver o mestre dos quadrinhos. Com mais de 50 anos de história, Mônica, Cebolinha e companhia marcaram diferentes gerações. É em homenagem à pequena dentuça que a jornalista Mônica Sosnoski, 30 anos, tem este nome. Ela, que também tem o rosto da personagem tatuada nas costas, aguardava na fila para que o autor completasse o desenho na pele com o autógrafo, que também será tatuado.
A sessão de autógrafos teve início às 15h, após uma palestra de Mauricio de Sousa para 200 crianças de diferentes escolas. Além de autografar, o autor desenhou calmamente alguns personagens nos livros dos felizardos. E fez fotos com os fãs.
Para os pequenos leitores que estiveram em sua palestra, falou da importância da leitura:
- Foi a partir da leitura que me motivei a criar historinhas em gibis.
O autor ainda revelou sua maior fonte de inspiração:
- Hoje, há 200 quadrinistas trabalhando comigo. Mas, no começo era a "equipe do eu sozinho". Ajudou-me o fato de ter 10 filhos. Criei muitos personagens a partir das personalidades e das vontades deles.
No final do dia, Mauricio ainda recebeu da Câmara Rio-Grandense do Livro, entidade organizadora da Feira, a Comenda Ordem do Jacarandá, oferecida até então a apenas a quatro homenageados: Loída Streliaev e Luiz Fernando Cirne Lima, em 2007; a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, em 2010; e a Fundação Biblioteca Nacional, em 2011.
Zero Hora*