O governador Eduardo Leite prestou depoimento nesta sexta-feira (6) no processo contra a vereadora reeleita Comandante Nádia (PL) na Justiça Eleitoral. A ação, movida pelo também vereador Roberto Robaina (PSOL), pede a cassação do registro da candidatura de Nádia por participação em evento no dia 30 de setembro, a seis dias da eleição deste ano.
Robaina sustenta que a vereadora do PL infringiu a lei eleitoral ao comparecer à solenidade do governo estadual em que foram entregues câmeras corporais e inaugurado um novo centro de operações da Brigada Militar. A defesa de Nádia argumenta que o comparecimento se deu de forma discreta e que ela se retirou antes do descerramento da placa de inauguração.
Arrolado por Robaina como testemunha, Leite depôs por videoconferência por cerca de 15 minutos. Questionado pelo advogado Rafael Lemes, o governador confirmou que Nádia esteve no ato e que as duas atividades ocorreram em um evento único.
— O ato que acontece lá é (com) discursos falando sobre aquele momento, a entrega das armas e das câmeras corporais e na sequência o descerramento da placa que marca a inauguração do centro de operações. Talvez haverá vários olhares subjetivos, mas é tudo dentro de um mesmo ato, em um mesmo momento — afirmou.
Leite ainda recordou que Nádia constava na lista de autoridades presentes e foi citada no protocolo como representante da Câmara de Porto Alegre, mas disse que não se lembra de vê-la no momento do descerramento da placa.
Em resposta à advogada Ana Paula Machado, que representa Nádia, Leite ainda disse não ter percebido atos explícitos de campanha eleitoral no evento. Depois, em questionamento do juiz Roberto Behrensford da Silva, o governador disse lembrar de ter visto pessoas com identificação da campanha da vereadora.
A promotora Lúcia Hellena Callegari, que representou o Ministério Público, não inquiriu Leite.
Também nesta sexta foram ouvidas outras testemunhas, como o comandante da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli, e o coronel João Carlos Trindade Lopes, ex-comandante da corporação.
Após os depoimentos, o juiz encerrou a fase de instrução do processo e abriu prazo de dois dias para nova manifestação das partes. Depois, o Ministério Público também dará parecer sobre o caso. A expectativa é de que a sentença seja proferida pelo magistrado nos próximos dias.
O advogado de Robaina pediu que, caso o registro de Nádia seja cassado em primeira instância, também seja suspensa a diplomação para o novo mandato, marcada para 19 de dezembro.