Em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, na tarde desta quinta-feira (14), o deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC) relatou que Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado à Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13), visitou a Câmara dos Deputados no ano passado.
Goetten e Luiz são conterrâneos de Rio do Sul, em Santa Catarina, e eram amigos. Durante uma visita de Francisco ao gabinete do deputado em agosto de 2023, Goetten observou que o amigo estava emocionalmente perturbado, especialmente devido a uma separação, e comentou com a equipe.
— Notei que, no ano passado, ele estava alterado. Diziam que estava com problemas mentais por causa da separação da mulher — afirmou.
Goetten revelou ainda que Francisco era um empresário bem-sucedido em Rio do Sul, atuando no setor de eventos e era estimado na comunidade.
— Ele teve grandes casas de eventos lá, baladas e discotecas, era dono desses estabelecimentos. Eu ainda não fui a Rio do Sul, mas algumas pessoas com quem conversei também estão perplexas, porque ele era uma pessoa do bem. Conhecia ele há mais de 30 anos — completou o deputado.
Em 2020, Francisco foi candidato a vereador em Rio do Sul pelo PL, partido hoje do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Goetten chegou a se reunir com ele neste período.
Segundo o relato do deputado, Francisco não parecia estar "alterado" como aconteceu no encontro em 2023.
O ataque
Duas explosões foram ouvidas na Praça dos Três Poderes por volta das 19h30min de quarta-feira (13). Primeiro, um carro explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O veículo estava carregado de artefatos explosivos, segundo a polícia.
Cerca de 20 segundos depois, houve uma nova explosão, desta vez próximo à sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
O proprietário do veículo, identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu durante o ataque. De acordo com as autoridades, ele é o autor do atentado.
Quem era o autor
Natural de Rio do Sul, em Santa Catarina, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, era filiado ao Partido Liberal (PL) e já havia se candidatado a vereador em 2020, mas acabou não se elegendo, conseguindo apenas 98 votos.
Ele não possuía antecedentes criminais e, em seu perfil no Facebook, se declarava como empreendedor, investidor e desenvolvedor.
Em entrevista ao portal Metrópoles, o filho dele disse que há meses não recebia notícias do pai.
— Ele tinha uns problemas pessoais com a minha mãe e estava muito abalado com a situação, e ele viajou. Foi só isso que ele falou. Ele só queria viajar. A intenção dele era ir para o Chile — disse.