O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa nesta terça-feira (24) na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Dessa forma, ele mantém uma tradição de quase sete décadas ao falar logo no início do evento anual.
Desde a 10ª sessão da Assembleia Geral, em 1955, o Brasil ocupa a posição de orador inaugural, apesar de o primeiro discurso brasileiro em uma sessão ter ocorrido em 1947.
Embora essa prática não seja formalmente definida pelos estatutos da ONU, a origem e continuidade da tradição têm raízes históricas profundas.
Osvaldo Aranha
O Brasil não apenas foi um dos Estados fundadores da organização, mas como o primeiro país a aderir à ONU. A influência do então ministro de Relações Exteriores do governo de Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha, foi fundamental. Ele presidiu a primeira sessão especial em 1947, na qual foi aprovada a criação do Estado de Israel, um marco significativo na história das Nações Unidas.
Brasil como voluntário
Algumas teorias divergentes sugerem que o Brasil se ofereceu para assumir essa responsabilidade quando nenhum outro país queria fazê-lo logo após a criação da ONU. Isso resultou no Brasil inaugurando os discursos em 1949, 1950 e 1951.
Apenas em 1983 e 1984 o discurso não foi feito por um brasileiro, já que o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, tomou a palavra antes do ministro das Relações Exteriores do governo João Figueiredo, Ramiro Saraiva Guerreiro.
Conselho de Segurança
O Brasil ficou de fora do Conselho de Segurança da ONU em 1945. A abertura da Assembleia é também vista como uma remissão para a diplomacia brasileira por parte das Nações Unidas.
Guerra Fria
Outra hipótese para o Brasil abrir a Assembleia é que o país serviu como uma alternativa diplomática na Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, o que foi muito valorizado para a época.
A ONU conta com 193 Estados-membros. O anfitrião, os Estados Unidos, é o segundo a falar.