Lideranças indígenas foram impedidas de entrar no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (5), durante a primeira reunião da comissão de conciliação sobre o marco temporal. O encontro, marcado pelo ministro Gilmar Mendes, busca formar acordos entre indígenas e ruralistas sobre a demarcação de terras.
Um dos indigenistas barrados é o coordenador jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Maurício Terena também é membro da mesa de conciliação. Ele estava acompanhado de outros indígenas que gravaram o momento em que lhes foi dito que não poderiam entrar.
— Na tarde em que o Supremo vai decidir a vida dos povos indígenas neste tribunal, pela segunda vez, estamos sendo barrados. No dia que a gente não queria estar aqui. A presidência ligou e deu a ordem de liberação e seguimos sendo barrados. Esse é o cenário conciliatório da Suprema Corte Brasileira. Estamos cansados — disse Terena.
Em seguida, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, pediu a liberação do grupo, que só foi aceita cerca de 30 minutos depois.
— Gostaria de pedir desculpas às pessoas que foram barradas indevidamente na porta, foi um erro da segurança. Peço desculpas. É o que podemos fazer quando há um erro — afirmou o ministro, no início da audiência já com todos os presentes.