As mulheres representarão 55% das pessoas aptas a votar nas eleições municipais de outubro deste ano em Porto Alegre. O percentual se manteve na comparação com a última eleição municipal, em 2020. As estatísticas são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em números absolutos, a Capital terá 602.530 eleitoras do gênero feminino e 494.081 eleitores do gênero masculino. Os dados do TSE não consideram pessoas de gênero indefinido.
Porto Alegre, que é o município gaúcho com a maior proporção de mulheres entre os moradores, repete uma tendência estadual, em que o voto feminino corresponde a 52,5%. Mesmo assim, o número não garante a representatividade, conforme o sociólogo e cientista político da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rodrigo González.
— Não significa necessariamente que isso garantirá uma maior representação das políticas voltadas para elas, uma vez que, como temos visto nas últimas eleições, o eleitorado feminino não necessariamente vota em mulheres e nem vota pensando em políticas especificamente para elas. Então, o perfil demográfico do eleitorado não quer dizer uma garantia de perfil de voto — avalia o professor.
Em 2024, Porto Alegre terá 1.096.620 aptos a votar, 13.894 a mais do que em 2020. A faixa etária de 45 a 59 anos representa a maior parcela dos eleitores, com 267.250 votantes. Na última eleição municipal, o grupo com idades entre 35 a 39 era maioria, com 112.628.
Já entre os mais jovens, o número de eleitores da faixa não obrigatória aumentou. São 2.643 adolescentes aptos em 2024, comparado com os 1.601 em 2020. Entretanto, chama a atenção a diferença com as eleições majoritárias de 2022, em que houve um salto para 9.390 aptos nessa faixa.
— Uma das motivações é a ampla campanha do TSE para inscrever jovens, utilizando influenciadores de redes sociais. Mas essas campanhas têm efeito limitado. Por isso, houve um pico, que foi em 2022, e voltou ao padrão anterior — explica González.
O número de pessoas com nome social que estão aptas a votar subiu de 117 para 508, o que representa um aumento de 334% em comparação com as eleições de 2020.