O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado na manhã desta quarta-feira (23) em São Paulo para realizar exames de rotina, de acordo com o ex-ministro das comunicações, Fabio Wajngarten. Segundo Wajngarten, os exames são para avaliar a condição clínica de Bolsonaro, especialmente no sistema digestivo, tráfego intestinal, aderências, hérnia abdominal e refluxo. Desde que sofreu o atentado, Bolsonaro passou por diversas internações e intervenções cirúrgicas.
Bolsonaro está sob os cuidados dos médicos Maurício Wajgarten e Antonio Macedo no hospital Vila Nova Star. De acordo com a Folha de São Paulo, a internação tem relação com a preparação para três cirurgias que Bolsonaro deve realizar em setembro para tratar problemas de "septo, refluxo e abdômen".
No início do ano, o seu médico, Antônio Luiz Macedo, disse que ele precisaria de uma nova cirurgia quando voltasse ao Brasil. Desde então, há meses, aliados esperam que realize os procedimentos. Segundo interlocutores, ele vinha adiando esperando um melhor momento.
Macedo é um cirurgião paulista de renome, e ficou mais conhecido por realizar a cirurgia do ex-presidente após o incidente da facada, durante a disputa presidencial de 2018.
Na semana passada, Bolsonaro realizou uma harmonização facial, procedimento feito na face e na boca, em uma clínica de Goiânia (GO). O resultado foi divulgado em fotos e vídeos publicados pelo dentista Rildo Lasmar, e conforme ele, não houve complicações.
O ex-presidente deve receber alta na quinta-feira (24), segundo o ex-ministro.
Intimado a depor no caso das joias
A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro , a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras seis pessoas investigadas no caso das joias a prestarem depoimento simultâneo no próximo dia 31 de agosto.
Os investigadores querem ouvir todos ao mesmo tempo para evitar a chance de combinarem versões. Além de Bolsonaro e Michelle, foram intimados: Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, general da reserva do Exército; Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-chefe da Secretária de Comunicação da Presidência; Fraderick Wassef, advogado de Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente; e Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.
Os depoimentos estão previstos no mesmo dia em que o ex-presidente já é esperado na PF para dar explicações sobre conversas golpistas de empresários bolsonaristas. Diálogos recuperados pela Polícia Federal mostram que Joseph Nigri, fundador da Tecnisa, atribui a Bolsonaro uma ordem para espalhar fake news.
O caso das joias
A Polícia Federal (PF) deflagrou na sexta-feira (11) a Operação Lucas 12:2, no âmbito da investigação sobre os presentes dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro por delegações estrangeiras. É investigada a tentativa de vender, de forma ilegal, itens como joias e um relógio da marca Rolex.
O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, está na mira dos investigadores. De acordo com a PF, ele recomprou, nos Estados Unidos, o relógio que teria sido vendido ilegalmente pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, braço-direito do ex-chefe do Executivo. O objetivo da recompra era entregar para o Tribunal de Contas da União (TCU), que exigiu a devolução do item para a União. De acordo com as regras, os presentes deveriam ser incorporados ao patrimônio do Estado, e não de uma pessoa.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O ministro também determinou, na quinta-feira (17), a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama.