O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, logo após assumir o cargo, em janeiro, a equipe de transição apontou a existência de 14 mil obras paralisadas em todo o país, das quais 4 mil na área da educação. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (29), Lula disse que um novo programa de investimentos — a exemplo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em seus outros mandatos — será lançado em julho, tendo como meta a retomada dos empreendimentos parados.
— Nos últimos quatro anos, se investiram R$ 21 bilhões. Neste ano, nós vamos investir R$ 23 bilhões. Vamos retomar todas as obras que estavam paradas, obras ainda do meu governo, obras do governo Dilma (...) Todas essas obras serão retomadas, todas. Sem distinção, nós não deixaremos nenhuma obra sem retomar, porque é preciso acabar com essa história de o Brasil continuar sendo um canteiro de obras paralisadas — disse.
Sem detalhar os investimentos, Lula afirmou que cerca de R$ 5,7 bilhões estão previstos para serem investidos no Rio Grande do Sul, na área de infraestrutura, nos próximos anos. O presidente ressaltou, ainda, a importância de uma estreita relação entre governo federal, Estados e municípios.
— Nós pedimos para que o Piratini pensasse os projetos e os trouxesse para o Palácio do Planalto. Ou seja, é uma coisa que vem de baixo para cima. Porque não adianta eu inventar uma obra que eu acho que é interessante para o Rio Grande do Sul. Quem tem que ver qual é a obra importante para o Rio Grande do Sul é o governador do Estado, são os prefeitos das cidades. São eles que nós precisamos atender — declarou o presidente, que visita Porto Alegre e Viamão nesta sexta-feira (30).
De acordo com o presidente, o novo programa de infraestrutura — a ser lançado no mês que vem — combinará recursos do orçamento, financiamento de bancos públicos e parcerias público-privadas (PPPs). Além disso, o chefe do Executivo destacou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Nordeste (BNB), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil retomarão a vocação como bancos de investimento.
— O BNDES vai voltar a ser um banco de investimento, o BNB vai voltar a ser um banco de investimento, a Caixa Econômica vai voltar a ser um banco de investimento, o Banco do Brasil. O dinheiro tem que circular para a economia crescer — completou.