O deputado Airton Lima (Podemos) afirmou nesta quinta-feira, durante sessão da Assembleia Legislativa, ter recebido, ao longo de sua trajetória como pastor da igreja evangélica, denúncias envolvendo violência contra mulheres. E relatou que, muitas vezes, chegou a dizer a pessoas envolvidas nesses episódios que Deus mudaria o comportamento dos agressores. Hoje, contudo, disse ter percebido que situações como essas poderiam ter sido evitadas.
— Durante os nossos aconselhamentos espirituais, acompanhamos várias situações com fiéis e membros da igreja, de ter me deparado com relatos de violência doméstica e, muitas vezes, ter dito para a pessoa: “Isso vai mudar, vá para casa, Deus vai mudar o coração deste homem”. Mas o resultado logo vinha: a violência se desencadeava dentro desta casa, com uma vida subtraída. Coisa que poderia ter sido evitada — narrou.
Lima disse ter interesse no assunto "por ter acompanhado dentro da família situações de violência doméstica" e pela sua posição de "46 anos como ministro religioso, pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular". Ao longo dos cerca de 30 minutos em que discursou sobre o tema proposto por ele, "Violência contra a Mulher: Causas e Consequências", o parlamentar também defendeu que escolas, universidades e igrejas se envolvam no combate à violência contra as mulheres.
— As instituições religiosas, as crenças, têm que levar este assunto para ser discutido — ressaltou.
O discurso e o envolvimento do deputado do Podemos no combate à violência doméstica foram elogiados pelas deputadas Luciana Genro (PSOL) e Delegada Nadine (PSDB), ambas envolvidas na defesa dos direitos femininos.
— Como é bom vermos que hoje um deputado homem é quem propõe a discussão e a defesa das mulheres — destacou Nadine.
O grande expediente foi acompanhado por representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Tribunal de Justiça, da Brigada Militar, entre outros.