O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (3), a abertura de uma investigação para apurar se o senador Marcos do Val (Podemos-ES) mentiu no depoimento prestado na quinta-feira à Polícia Federal, segundo noticia o Estadão.
Aos agentes, o senador deveria falar sobre um suposto plano golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, segundo o parlamentar, teria sido articulado pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Moraes cita indícios dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo. "O senador Marcos do Val apresentou, à Polícia Federal, uma quarta versão dos fatos por ele divulgados, todas entre si antagônicas, de modo que se verifica a pertinência e necessidade de diligências para o seu completo esclarecimento", diz um trecho da decisão.
Como primeiras medidas de investigação, o Mores pediu cópias de gravações das entrevistas concedidas pelo senador sobre o caso e da transmissão ao vivo que ele fez nas redes sociais para tornar o suposto plano público.
Ele também determinou que o procedimento deve ser distribuído ao próprio gabinete por "prevenção" – o que significa que uma ação ou investigação anterior justifica a preferência de um ministro para assumir o caso como relator, informa o Estadão. O inquérito citado para justificar a prevenção é o que se debruça sobre o papel de autoridades nos atos golpistas do dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.