O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira (8) sobre a reunião em que Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas diante de embaixadores estrangeiros.
Nogueira disse que participou do encontro como convidado e que não ajudou na organização do evento. O ex-presidente chamou os embaixadores ao Palácio do Alvorada em julho do ano passado e usou a reunião para espalhar suspeitas infundadas sobre o sistema de votação.
A ação é movida pelo PDT, que acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O partido afirma que o ex-presidente aproveitou o cargo e a estrutura do governo para espalhar notícias falsas e fazer um discurso eleitoreiro e, por isso, deve ficar inelegível.
O senador também foi questionado sobre a minuta golpista, apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, na investigação sobre os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, e anexado ao processo, mas disse não ter conhecimento do texto.
A defesa do ex-presidente chegou a pedir que a minuta fosse excluída da ação. O argumento foi o de que o texto é "apócrifo" e que não há provas de que Bolsonaro tenha "participado de sua redação". O pedido foi negado pelo ministro Benedito Gonçalves, corregedor da Justiça Eleitoral e relator do processo, em uma decisão que ainda vai passar pelo crivo do plenário do TSE.
O juiz Marco Antônio Martim Vargas, auxiliar no gabinete do corregedor, conduziu a audiência. Além de Ciro Nogueira, o magistrado também ouviu o almirante Flávio Augusto Viana Rocha, ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência.