O programa Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (19), na Rádio Gaúcha, discutiu, durante o quadro "Mais Vozes", os projetos de reorganização administrativa do Executivo que vão a votação nesta semana na Assembleia Legislativa. Os textos aumentam salários de cargos de segundo e terceiro escalão, extinguem estruturas e deixam o governo do Estado com 27 secretarias, duas a mais do que hoje.
Foram ouvidos os líderes do PL, Paparico Bacchi; do PT, Pepe Vargas; do MDB, Carlos Búrigo; e do governo na Assembleia, Mateus Wesp (PSDB). Para Bacchi, a expectativa é de que a aprovação da reforma traga qualificação aos serviços públicos.
— Nós somos favoráveis que se tenha bons salários no setor público, mas não só isso, pois nós precisamos qualificar os servidores. Hoje a imagem que se tem do servidor público é muito ruim na sociedade brasileira. E nós vamos fazer o bom combate: primeiro pagando bem e qualificando, e é isso que esperamos que o governo do Estado possa fazer a partir dessas reformas — destacou.
Já o líder do PT na Casa afirmou que quem ganha a eleição tem legitimidade para organizar o governo como melhor entender, mas que o projeto "insiste com equívocos que poderiam ser corrigidos". Ele cita como exemplo a fusão da área de infraestrutura com meio ambiente e a manutenção da Fase na mesma pasta que cuida do sistema penal.
O parlamentar diz que há aspectos positivos no projeto, como a valorização de diretores e vices de escolas, mas também aumento de disparidades salariais em outros setores, como na Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
— As questões centrais, ao nosso ver, são menos de estrutura das instituições públicas e mais de enfrentamento de reais problemas do nosso Estado — declarou.
Líder do MDB, o deputado Carlos Búrigo entende que os projetos enviados pelo Executivo são necessários. Segundo ele, as propostas serão analisados com "muito cuidado e responsabilidade", mas que em princípio a bancada do partido vê os textos como positivos.
— Temos que avançar ainda mais, principalmente na eficiência do Estado, na valorização dos gestores para que através da qualificação desses profissionais possamos ter um Estado equilibrado em relação às finanças, mas que também possa, com mais eficiência e rapidez, responder positivamente para as demandas da sociedade gaúcha — afirmou.
Wesp, líder do governo na Assembleia, cita "problemas que há décadas são entraves na estrutura jurídica" que geraram dificuldades na gestão dos servidores e, como consequência, nos resultados prestados à população. O parlamentar se mostrou confiante na aprovação das matérias.
— Acredito que os projetos vão ser aprovados e esperamos que nessa semana possamos modernizar e profissionalizar o serviço público.