Após reunião, os futuros ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), garantiram que a cerimônia de posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no próximo domingo, 1º de janeiro, acontecerá em segurança. Os três concederam entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (27).
Ibaneis garantiu que "todo o efetivo da segurança brasiliense está mobilizado" e afirmou que as polícias estão à disposição "para garantir um ambiente de posse o mais tranquilo possível".
O assunto veio à tona na esteira da tentativa de atentado que teria sido orquestrada por um grupo de bolsonaristas radicais, quando uma bomba foi deixada na Estrada Parque Aeroporto, próximo do Aeroporto Internacional de Brasília, na manhã do último sábado (24).
Conforme Dino, a posse será mantida "em todas as suas dimensões". O ponto de partida do desfile continuará sendo a Catedral de Brasília. Dino, no entanto, não deixou claro se Lula aceitou a sugestão da equipe de transição em participar do cortejo em carro blindado até o Congresso Nacional.
— Não serão pequenos grupos terroristas, não serão pequenos grupos extremistas que vão emparedar as instituições da democracia brasileira. Não há espaço para isso no Brasil. E é essa a mensagem principal que nós estamos aqui, com toda a firmeza, transmitindo a esses pequenos agrupamentos. Porque não tem espaço, não terão espaço, não venceram e não vencerão — afirmou Dino.
O futuro ministro da Justiça ressaltou que as pessoas poderão acompanhar a posse com tranquilidade, já que a segurança está garantida:
— Espero vê-los a todos e a todas na posse, porque será mais um momento da história brasileira.
Acampamentos em frente ao QG do Exército
Ibaneis Rocha garantiu que medidas já estão em andamento para desmobilizar os acampamentos bolsonaristas no QG do Exército, que pedem intervenção militar. Segundo ele, mais de 40 barracas já foram retiradas.
— A gente aguarda novas operações até o dia da posse para que a gente possa desmobilizar esse pessoal que ainda está aí. O Exército vem cuidando disso diariamente, desmontando parte dos acampamentos. Isso está acontecendo de forma bastante pacífica.
Dino, afirmou que, caso não haja desocupação voluntária dos acampamentos bolsonaristas no QG do Exército em Brasília, "pode haver retirada compulsória".
— Quanto mais se der a desmobilização de modo compactuado mediante conciliação, melhor — ponderou Dino.
O futuro ministro da Defesa, José Múcio, disse na coletiva que a tentativa de explodir um caminhão de combustível na véspera de Natal foi um ato de terrorismo isolado e destacou que as manifestações em frente ao quartel do Exército são pacíficas. Múcio, que foi ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), é considerado um bom interlocutor do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva junto aos militares.
— O movimento terrorista é isolado, o que tem acontecido no quartel são pessoas vestidas de verde e amarelo e torcemos que isso seja coisa passageira — afirmou Múcio.
Múcio afirmou que as forças de segurança estão realizando um monitoramento diário dos acampamentos e, de acordo com a avaliação das pessoas que estão acompanhando as manifestações, o movimento é cada vez menor.