A três dias do fim do mandato, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deve se despedir antecipadamente do país. O chefe do Executivo viajará nos próximos dias aos Estados Unidos e deverá passar a virada do ano em um condomínio-resort na região de Orlando, na Flórida.
Aliados de Bolsonaro disseram que o presidente avaliava fazer, antes de decolar, um pronunciamento à nação, ainda incerto.
Embora alguns defendessem que ele falasse pela última vez como presidente da República, Bolsonaro foi aconselhado a abortar a ideia, por causa do risco de incendiar manifestações de extremistas.
A viagem à Flórida estaria prevista desde a semana passada, segundo auxiliares do presidente, que indicaram que ele viajaria ainda nesta quarta-feira (28). Na noite de terça (27), contudo, Bolsonaro negou à emissora CNN que deixaria o país na data indicada — sem fazer referência a qualquer data futura.
Bolsonaro deve usar o avião presidencial. A previsão é de que ele se hospede em um condomínio fechado, onde o ex-presidente norte-americano Donald Trump também possui casa.
A viagem tem sido motivo de críticas. O futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deputado federal do PT por São Paulo, disse que o presidente "fugiu" do Brasil e se mostrou um "líder de barro", segundo ele incapaz de liderar a direita.
Para o futuro ministro de Lula, o presidente "incitou hordas bolsonaristas a desrespeitarem a eleição e a constituição e a transformar as frentes de quartéis em verdadeiras em incubadoras de atos violentos".