A esposa do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado por um simpatizante do presidente Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu, no Paraná, no último sábado (9), falou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (11). Pamela Suellen Silva, que é policial civil, lembrou do momento em que agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu a festa de aniversário de Arruda e atirou contra o petista.
Segundo ela, o crime aconteceu quase no fim da festa, quando Guaranho chegou de carro e começou a gritar frases como "Bolsonaro, mito" e "Lula ladrão". Neste momento, conta Pamela, o homem sacou uma arma e ameaçou o aniversariante.
— Dentro do carro do agressor estava a mulher e um bebê, e ela também pedia para ele parar com aquela situação. Ele falou que voltaria, e voltou. E quando voltou, voltou atirando — afirma Pamela.
A mulher conta que o marido reagiu, também disparando contra o atirador.
— Eu também abordo ele (o agressor), pedindo para que ele pare. Eu sou policial civil, tentei fazer com que ele parasse. E ele não me ouvia, acho que ele nem me via. Ele estava focado talvez no Marcelo.
Pamela lembra ainda que o filho do casal, de 40 dias, estava no local da festa no momento do tiroteio. Ela conta que uma prima escondeu o bebê dentro do banheiro.
— Nós estamos dilacerados. Nós acreditávamos que conviveríamos muito mais com o Marcelo. Mas infelizmente essa violência acabou com isso. Nós perdemos o Marcelo para uma violência desnecessária, uma violência política. A motivação do agressor foi essa. Ele não respeitou a opinião do Marcelo, o gosto do Marcelo.
Questionada sobre quem era o marido, Pamela disse que Marcelo Arruda sempre foi "um cara batalhador, que lutou pelos outros". Ela afirmou ainda que o companheiro "vivia e respirava a política, mas para o bem, sempre no diálogo, na conversa".
— Nunca precisou desse tipo de violência para debater a política.
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