O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), disse que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso no período da manhã desta quarta-feira, 22, no âmbito da investigação sobre o gabinete paralelo instalado na pasta, deve responder pelos seus atos se houver "algo errado". "Ele que responda pelos atos deles", comentou.
"Se tiver algo de errado, ele vai responder. Se for inocente, sem problema; se for culpado, vai pagar. O governo colabora com a investigação. A gente não compactua com nada disso", disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia. "Agora, não sei qual a profundidade dessa investigação. No meu entender, não é aquela orgânica, porque nós temos os compliances nos ministérios. Qualquer contrato, qualquer negócio não passa", avaliou.
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de prisão preventiva contra Ribeiro. A operação investiga a responsabilidade do ex-ministro no caso do gabinete paralelo do MEC, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
As reportagens mostram que, sem possuir vínculos com o setor de ensino ou cargo público, um grupo de pastores passou a comandar a agenda do ministro da Educação, formando uma espécie de "gabinete paralelo" que interferia na liberação de recursos e influenciava diretamente as ações da pasta.
Durante a entrevista, Bolsonaro disse ainda que a operação é sinal de que seu governo não interfere na PF. O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, ao deixar o cargo, acusou o chefe do Executivo de influenciar nas decisões da instituição.