O anúncio do governador Eduardo Leite de que pretende renunciar ao cargo nesta semana repercutiu de diferentes maneiras na Assembleia Legislativa. Opositores do governador criticaram o movimento, enquanto aliados elogiaram a iniciativa.
Entre apoiadores do ex-presidente Lula e do presidente Jair Bolsonaro, a avaliação é de que a eleição deve permanecer polarizada entre os dois e de que Leite não conseguirá se viabilizar como candidato a presidente.
Maior bancada da Assembleia, o PT emitiu nota criticando o tucano. O texto afirma que, desde que passou a construir sua pré-candidatura a presidente, Leite "relegou o Estado a um plano B". O líder do colegiado, Pepe Vargas, critica o fato de o governador renunciar sem ter a confirmação de que será candidato em outubro:
— Ele vai deixar o comando do Estado para tentar uma articulação golpista no partido dele, para retirar quem ganhou as prévias e ser o candidato. Acho isso lamentável.
Apoiador de Bolsonaro, o deputado Eric Lins (PL) diz que o gesto do governador é legítimo, mas avalia que Leite fez uma "escolha ruim":
— Ele está arriscando muito, mas é um direito dele fazer uma aposta praticamente impossível.
No partido do governador, a crença é de que ele têm capacidade de romper a polarização entre Lula e Bolsonaro. Líder do PSDB na Assembleia, o deputado Mateus Wesp disse que, ao abrir mão do mandato, Leite demonstra "desprendimento e coragem" e se coloca à disposição para ajudar o Brasil:
— É uma decisão corajosa de alguém que não tem apego ao poder.
Líder da maior bancada da base aliada, Carlos Búrigo (MDB) diz que a decisão de Leite deve ser respeitada.
— Respeitamos o governador Eduardo Leite, e acreditamos que isso (candidatura presidencial) é uma questão interna do PSDB — opinou.
O deputado Fábio Ostermann (Novo), que é independente e muitas vezes bateu de frente com o governo em votações na Assembleia, saudou o movimento de Leite:
— É um nome qualificado e que, apesar das divergências que tivemos ao longo do seu governo, pode contribuir com a construção de uma terceira via viável eleitoralmente, capaz de derrotar Lula e Bolsonaro.
Opositora ferrenha de Leite, Luciana Genro (PSOL) escreveu nas redes sociais que o tucano "usou o Rio Grande do Sul como laboratório para suas políticas neoliberais e vitrine para sua ambição nacional".
"Com Leite ou Doria, o projeto antipopular do PSDB é o mesmo e será por nós denunciado e combatido", completou Luciana.
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.