O presidente Jair Bolsonaro chegou à Rússia por volta das 10h desta terça-feira (15) — 16h no horário local — para cumprir agenda na capital do país, Moscou. No aeroporto, ele foi recebido com honras militares e com a execução do Hino Nacional brasileiro.
Bolsonaro não possui compromissos oficiais nesta terça. Na quarta-feira (16), irá se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin.
Entre as pautas a serem discutidas estão as relações comerciais entre os países voltadas principalmente ao agronegócio, como fornecimento de matéria-prima da Rússia para fabricação de fertilizantes no Brasil. A segurança digital e o comércio de armamentos também devem ser citados pelos presidentes.
Na comitiva brasileira, se encontram ainda os ministros da Defesa, general Walter Braga Netto, das Relações Exteriores, Carlos França, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, não pôde estar presente por ter contraído covid-19, na semana passada. Outra baixa da comitiva brasileira foi de Mário Frias, secretário nacional da Cultura — a presença dele foi cancelada a pedido do Palácio do Planalto, que solicitou redução no número de pessoas na Rússia, em um momento em que o ex-ator está sendo questionado sobre gastos em uma viagem aos Estados Unidos.
Na agenda em Moscou, também está previsto um encontro de Bolsonaro com empresários, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e com representantes do Legislativo russo.
Após a passagem pela Rússia, a comitiva brasileira irá para Budapeste, capital da Hungria, onde ficará até o dia 19 de fevereiro. Lá, Bolsonaro deve se encontrar com o presidente húngaro de extrema-direita Viktor Orbán.
A viagem de Bolsonaro ao leste europeu vem sendo contestada por acontecer em um momento de tensão militar entre a Rússia e a Ucrânia. Tropas do Exército russo estão posicionadas na fronteira com o país vizinho e, segundo os Estados Unidos, o risco de invasão é alto.
O presidente brasileiro chegou a ser orientado a não viajar a Moscou agora, mas alegou que Putin fez o convite ainda no final do ano passado, quando não havia conflito na região, e que iria por uma questão de respeito.
— Brasil é Brasil. Rússia é Rússia. Faço um bom relacionamento com o mundo todo. Assim como se Joe Biden me convidar, estarei nos Estados Unidos com maior prazer — disse Bolsonaro na semana passada.