A senadora Simone Tebet (MDB-MS) falou em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (15), sobre a pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2022. No programa, a parlamentar disse que a aspiração "é pra valer", descartou ser vice do também presidenciável Sergio Moro, do Podemos, e afirmou que a chamada "terceira via" pode salvar o país de "retrocessos do passado".
— Esse é o momento que os grandes democratas têm que se apresentar. Não vejo nenhum nome com favoritismo. Às vezes, está bem na pesquisa, mas tem alto índice de rejeição. O jogo começa agora — disse.
A senadora afirmou que o MDB garantiu que a participação dela nas eleições será para liderar a chapa do partido, e que não há planos para que seja vice em uma aliança com candidatos que estão à frente nas mais recentes pesquisas. Segundo Simone, o cenário estará mais definido apenas no final de fevereiro ou início de março.
— Minha candidatura é pra valer. O fato de me convidarem para vice (de Moro e de outros partidos), eu diria que a recíproca é verdadeira. Nós também estaremos procurando um vice do centro democrático — disse.
Simone também comentou sobre a polarização entre Lula e Bolsonaro. De acordo com ela, somente um candidato do "centro democrático" pode resolver problemas causados por governos anteriores e pelo que ainda está no poder.
— Essa polarização (entre Lula e Bolsonaro) não pode continuar. Isso seria estender o segundo turno até 2026 (...) Isso não me desanima, mas faz seguir em frente — disse.
Sobre a inflação, que voltou a ser uma preocupação, a pré-candidata afirmou que o poder de compra dos brasileiros diminuiu, já que os salários não tiveram reajustes de acordo com "a realidade do país". Neste ponto, aproveitou para criticar o presidente Bolsonaro.
— Toda vez que (Bolsonaro) fala, temos impacto na bolsa, o dólar sobe. Esse é um ponto: a pacificação. (...) Nunca o povo brasileiro esteve tão endividado. Quem não teve os salários reajustados de acordo com a inflação não tem como consumir — disse.
Falando da experiência como prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal no Mato Grosso do Sul, a senadora disse que grande parte dos problemas que a população enfrenta deveria ser resolvida pelas prefeituras, e que muitas vezes não são solucionados por falta de recursos. De acordo com ela, a distribuição dos repasses aos municípios seria uma das prioridades em seu governo.
— Quase tudo que o cidadão demanda e precisa ele bate na porta do prefeito. Esse discurso de "mais Brasil e menos Brasília", que esse governo faz às avessas, precisa sair do papel — concluiu.
A entrevista faz parte de uma série que está ouvindo pré-candidatos à eleição presidencial no ano que vem. Até o momento, falaram Sergio Moro (Podemos), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Luiz Felipe D'Avila (Novo).