- Paulo Roberto Rebello Filho, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), fala nesta quarta-feira à CPI da Covid
- Rebello Filho será questionado, entre outros pontos, sobre ações da agência em relação à operadora de saúde Prevent Senior
- A empresa é acusada de obrigar médicos a usarem o "kit covid" em pacientes, alterar prontuários, omitir o coronavírus como causa da morte em declarações de óbito, entre outras denúncias
- Entre 2016 e 2018, Rebello Filho foi chefe de gabinete do Ministério da Saúde, na gestão de Ricardo Barros (PP-PR), que também é alvo de investigação pela CPI
- A sessão foi interrompida às 13h15min para intervalo. O retorno ocorreu às 14h20min
O que foi dito
- O diretor-presidente da ANS afirmou que a agência soube, por meio da CPI, que a Prevent Senior estaria alterando o CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças) de doenças. Ele destacou que o fato é grave e está sendo apurado
- O presidente da agência negou informações dadas por Pedro Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior, de que havia uma decisão da agência autorizando o ato. Ainda de acordo com Rebello, a ANS nunca se manifestou sobre "não ter encontrado irregularidades na Prevent Senior"
- Rebello informou que a agência recebeu a confirmação de médicos demitidos pela Prevent Senior que houve violação da autonomia médica e orientação da operadora para prescrição de medicamentos sem comprovação contra a covid-19, o kit covid
- O diretor afirmou que a ANS está investigando o caso desde 8 de setembro. Ao todo, são quatro processos contra a Prevent Senior; dois deles já com autos lavrados contra a operadora
- Senadores afirmaram que a ANS agiu de forma tardia em relação à Prevent Senior. Um deles foi Otto Alencar (PSD-BA), que disse não ter ficado “convencido” com as declarações do diretor-presidente
- A própria CPI da Covid havia recebido informações de que a agência reguladora havia aberto uma investigação contra a operadora em abril e que já sabia das irregularidades desde 2020. Sobre isso, Rebello afirmou que o processo foi arquivado porque a Prevent Senior enviou informações consideradas satisfatórias pela ANS
- Além de informações sobre médicos que trabalham na empresa e beneficiários do plano, a ANS entrou em contato com os 42 médicos demitidos durante a pandemia
- Tratamento experimental é proibido na saúde suplementar, diz Rebello, por ser vedado por lei
- Rebello negou que tenha sido indicado à ANS pelo deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Ele foi chefe de gabinete de Barros durante a sua gestão no Ministério da Saúde, entre 2016 e 2018 — o deputado também é alvo de investigações na CPI da Covid por suspeita de irregularidades na pasta