O presidente Jair Bolsonaro argumentou, neste sábado (21), que o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes apresentado por ele, ontem, ao Senado, não é uma "revanche". Ainda assim, Bolsonaro reclamou de estar sendo investigado pelo Supremo no que chamou de "inquérito do fim do mundo".
— Eu fiz tudo dentro das quatro linhas da Constituição. Engraçado, quando eu entro com uma ação no Senado fundada na Constituição, o mundo cai na minha cabeça. Quando uma pessoa, com um inquérito do fim do mundo, me bota lá, ninguém fala nada. Não é revanche, cada um tem que saber o seu lugar. Só podemos viver em paz e harmonia se cada um respeitar o próximo e souber que existe um limite, que é a nossa Constituição — afirmou Bolsonaro, em Eldorado (SP), onde visita a mãe.
— Todos os incisos do artigo 5º da Constituição, cumpri todos. Não tem nenhum ato meu fora dessas quatro linhas — completou.
O pedido de impeachment do ministro do STF foi protocolado digitalmente pela Presidência da República diretamente no gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e é assinado apenas por Bolsonaro.
O pedido em si soma 17 páginas, mas o arquivo protocolado no Senado é bem maior, pois inclui cópias de documentos pessoais de Bolsonaro e alguns despachos de Moraes. O documento conta com a firma reconhecida de Bolsonaro, depositada em um cartório da Asa Norte de Brasília.