O presidente Jair Bolsonaro afirmou que, se a pandemia da covid-19 permanecer no Brasil, o governo federal planeja manter o auxílio emergencial para a população.
— A gente espera que, com a vacina e com a questão da pandemia sendo dissipada, não seja mais preciso isso (auxílio emergencial), mas, se porventura continuar, nós manteremos o auxílio emergencial — declarou o presidente, sem dar maiores detalhes, em entrevista à rádio 89 FM, de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (30).
A fala representa uma mudança de discurso do chefe do Executivo, que no ano passado criticou o benefício, à época, no valor de R$ 600. Bolsonaro inclusive chegou a declarar que gostaria de destinar o valor usado para pagar o auxílio para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, investir em obras públicas.
Em diversas declarações, Bolsonaro argumentou que manter o auxílio "quebraria o país", e que o governo não poderia manter o benefício por muito tempo pois ele só aumentava a dívida da União. A resistência do Executivo em estender o auxílio, mesmo com valores mais baixos, levou o benefício a ser suspenso nos primeiros três meses do ano.
Apesar da possibilidade de extensão, conforme o presidente avalia, a "economia formal está indo bem", mas benefícios como auxílio emergencial e o Bolsa Família devem ser analisados, uma vez que gastam grande quantidade de dinheiro público.
— Temos que pensar nisso, e gastar dinheiro nisso, ou se endividar, o que é a palavra mais correta, para atender aos mais necessitados até que a economia volte a ser normalizada — declarou Bolsonaro, que afirmou que nesta sexta terá mais uma reunião com a Economia, onde será acertado o novo valor do Bolsa Família.
Bolsonaro reforçou que o governo deve apresentar até o início de agosto uma medida provisória (MP) reformulando programas sociais e que o benefício médio do novo Bolsa Família deve subir 50% ou mais, diante da inflação. Hoje, o Bolsa Família paga, em média, cerca de R$ 190 por família. Com 50% de reajuste, esse valor chegaria a R$ 285.
Com tom otimista para a vacinação, o chefe do Executivo manteve a promessa feita pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que a imunização no país deve ser finalizada até o final do ano.
— Nossa programação foi bem feita e está sendo executada — afirmou o presidente.
Mesmo reconhecendo o progresso da campanha de vacinação nacional, Bolsonaro reiterou que a imunização não será obrigatória à população.