Em seu depoimento à CPI da Covid nesta sexta-feira (25), o chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, afirmou ter informado ao presidente Jair Bolsonaro o nome de três pessoas que o pressionaram para que liberasse a importação do imunizante indiano Covaxin.
De acordo com o servidor, a pressão teria vindo de Alex Lial Marinho, então coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde do Ministério da Saúde; Roberto Ferreira Lima, diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde; e Marcelo Bento Pires, diretor de Programa do Ministério da Saúde.
Conforme Luis Ricardo, o presidente disse que iria acionar a Polícia Federal para que investigasse o caso:
— Ele (Bolsonaro) se comprometeu a acompanhar, através do diretor-geral da Polícia Federal, e apresentar para uma investigação para verificar se existia algo ilícito.
Ao ser questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre as pressões, o servidor apresentou mensagens recebidas em março do coronel Marcelo Bento Pires, então coordenador de Logística do Ministério, cargo subordinado à Secretaria Executiva, na época chefiada por Elcio Franco. O coronel cobrava o andamento da negociação. O servidor lembrou que, no final de março, a Anvisa negou certificado de boas práticas para Bharat Biotech, empresa indiana que produz a Covaxin.