Foi confirmada, no fim da manhã deste sábado (26), a morte do desembargador aposentado, político e escritor José Paulo Bisol, aos 92 anos. Ele estava internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Em nota, o hospital informou que Bisol foi a óbito às 10h26 por falência múltipla dos órgãos. Ele foi transferido de Osório para o Centro de Terapia Intensiva da instituição, no dia 31 de maio, com infarto agudo do miocárdio. O desembargador aposentado, escritor e político tinha insuficiência renal crônica e teve suas condições agravadas por choque cardiogênico e séptico.
A cerimônia de cremação será reservada aos familiares, devido aos protocolos sanitários do coronavírus. Bisol deixa a esposa, três filhos, nove netos e um bisneto.
Bisol cursou direito na PUCRS e jornalismo na UFRGS. Em 1982, se elegeu deputado estadual no Rio Grande do Sul e, em 1986, compunha o Senado, com participação na constituinte de 1988. No Congresso, teve participação importante em duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs): uma que apurou a conduta de Paulo César Farias, o PC Farias, que havia sido tesoureiro da campanha de Fernando Collor, e outra destinada a investigar o Orçamento, cujo objetivo era checar irregularidades na aplicação de recursos federais.
Na vida partidária, militou no MDB e, depois, deixou o partido com a ala que fundaria o PSDB em meio à Constituinte de 88. Posteriormente, passou ao PSB e, por fim, ao PT, em junho de 2000.
Em 1989, foi candidato a vice-presidente da República ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela eleição, Bisol era filiado ao PSB gaúcho.
— Quando se filiou no PSB e, depois, virou vice do Lula, andei com ele por todo o Rio Grande do Sul e em encontros nacionais. Bisol sempre foi encantador e inspirador na política e nas lidas jurídicas. Lamento muito essa chama inspiradora ter se apagado hoje — afirmou o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB).
Entre os anos de 1999 e 2002, foi titular da pasta da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, no governo de Olívio Dutra (PT). No cargo, teve uma gestão polêmica, marcada por episódios e posturas emblemáticas. Uma delas foi a decisão de denunciar a corrupção dentro da polícia gaúcha, o que levou servidores da segurança pública a responderem por supostos atos ilícitos. Alguns delegados e agentes chegaram a ser presos temporariamente. Em outra situação marcante, que causou ruidosa polêmica à época, abraçou o sequestrador de um veículo que exigiu a intermediação de um representante do governo para negociar a rendição, na Avenida Osvaldo Aranha, em Porto Alegre.
Companheiros de Bisol no Partido dos Trabalhadores lamentaram a morte nas redes sociais:
Isabel Freitas, amiga da família, quer lembrar de Bisol como um homem apaixonado pela vida, delicado e amoroso.
— Ele era um apaixonado pelos netos, pelos livros e pelo piano, que estava aprendendo a tocar nos últimos anos — recorda.
Nota do Moinhos de Vento
O Hospital Moinhos de Vento comunica o falecimento de José Paulo Bisol, às 10h26 da manhã deste sábado (26), por falência orgânica múltipla. Ele foi transferido de Osório para o Centro de Terapia Intensiva da instituição, no dia 31 de maio, com infarto agudo do miocárdio. Aos 92 anos, o desembargador aposentado, escritor e político tinha insuficiência renal crônica e teve suas condições agravadas por choque cardiogênico e séptico.
Desembargador, ex-senador pelo Rio Grande do Sul (1987-1995), ex-deputado estadual (1983-1987) e ex-secretário de Justiça do RS (1999-2002), foi um destacado lutador dos direitos humanos do Brasil, deixando um legado público de transformações sociais para o país. Em 2009, recebeu a medalha do Mérito Farroupilha, mais alta honraria concedida pelo parlamento gaúcho.
José Paulo Bisol nasceu em Porto Alegre, em 22 de outubro de 1928. Ele deixa a esposa, Vera Lúcia Zanette, três filhos, Tula, Ricardo e Jairo, nove netos e um bisneto.
Porto Alegre (RS), 26 de junho de 2021
Equipe médica:
Dr. Luiz Antonio Nasi
Intensivista
CRM 11.227
Dr. Roberto Ceratti Manfro
Nefrologista
CRM 11.998