A executiva nacional do Democratas (DEM) anunciou nessa segunda-feira (14) a expulsão do ex-presidente da Câmara e deputado federal Rodrigo Maia do partido. Em nota, o DEM informou que, "após garantir o amplo direito de defesa ao parlamentar, os membros da Executiva apreciaram o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha".
"A comissão nacional, à unanimidade de votos, deliberou pelo cometimento de infração disciplinar, e consequente expulsão do deputado", comunica o texto.
Nas redes sociais, Maia criticou a decisão do partido, apontando o dedo para o presidente da sigla o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, chamando-o de Torquemada Neto. Além disso, declarou que o partido virou moeda de troca junto ao governo Bolsonaro. Tomás de Torquemada foi o inquisidor-geral espanhol no século XV.
Os atritos entre Maia e o partido cresceram desde que a sigla decidiu apoiar o indicado pelo Palácio do Planalto, Arthur Lira (PP-AL), no lugar de Baleia Rossi (MDB-SP) na eleição que decidiu a sucessão de Maia na presidência da Casa.
No mês passado, o deputado Arthur Maia (DEM-BA) havia indicado que a situação havia se tornado insustentável após fortes críticas de Maia ao dirigente da sigla.
— Mesmo sendo expulso, Rodrigo Maia deverá perder o mandato, pois é óbvio que a agressão gratuita e grosseira contra o presidente do partido configura uma desfiliação indireta — declarou na ocasião Arthur Maia nas redes sociais.
À época do pedido de desfiliação do partido, Maia se referiu a ACM Neto como "malandro baiano" e disse que "esse baixinho não tem caráter".
Considerando os meses recentes, Rodrigo Maia é a terceira autoridade a deixar o DEM: em maio, tanto o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, quanto o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciaram que se desligariam da sigla. Na sequência, Garcia anunciou a filiação ao PSDB, enquanto Paes foi para o PSD.