Em depoimento à comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid, o ex-secretário de saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirmou que a crise no abastecimento de oxigênio no Estado durou até o final de janeiro deste ano. No entanto, ele continuou a dizer que a intermitência do insumo na rede de saúde pública no Estado durou apenas dois dias, afirmando que o ápice dessa crise foi entre 13 e 14 de janeiro, e que na época, o Ministério da Saúde já tinha a dimensão do problema e já atuava na logística para conter o colapso.
Campêlo voltou a declarar à comissão que é preciso diferenciar a crise de desabastecimento de oxigênio sofrida pelas unidades de saúde da que aconteceu no mercado local.
— O nosso contrato com a White Martins é para fornecer na rede estadual. Então, era esse monitoramento — afirmou.
Com a defesa de que a crise só teria durado dois dias — afirmação que já tinha desagradado senadores como Eliane Gama (Cidadania-MA) e Eduardo Braga (MDB-AM) —, o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues, (Rede-AP), fez uma apresentação de vídeos registrados durante o "ápice" da crise no Estado.
Após assistir às imagens, datadas do dia 13 de fevereiro, Campêlo afirmou que à época o Ministério da Saúde já estava no Estado e já atuava no transporte de oxigênio para conter os impactos da crise junto à empresa White Martins, apesar do quantitativo do insumo não ser suficiente para suprir a necessidade do Estado.
— A demanda era muito maior do que a logística que foi implantada — declarou.
Sobre um dos vídeos exibidos pelo vice-presidente da CPI, Campêlo comentou que um dos locais em que foi registrado o esforço para entrega de cilindros de oxigênio, o Hospital Getúlio Vargas, é um hospital federal, que tinha acordo com a White Martins.