O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pedir informações à CPI da Covid antes de decidir sobre um pedido do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo para suspender as quebras dos sigilos telefônico e telemático aprovadas pelo colegiado contra o ex-chefe do Itamaraty. Despacho dado nesta sexta-feira (11) dá 48 horas para que os senadores apresentem as informações.
Além de Araújo, outros aliados do presidente Jair Bolsonaro e integrantes do chamado "gabinete paralelo" — grupo que teria assessorado chefe do Executivo incentivando o discurso antivacina e favorável ao tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus — foram alvos da devassa aprovada pela CPI da Covid. A lista inclui o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o assessor especial da Presidência Filipe Martins.
Ao menos quatro alvos das quebras de sigilo acionaram o STF para tentar suspender a medida. Fora o ex-ministro das Relações Exteriores, enviaram petições à Corte a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro; o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto; e o ex-assessor especial do Ministério da Saúde Zoser Plata Bondim Hardman de Araújo.
No mandado de segurança apresentado ao STF nesta sexta, Araújo alegou que a justificativa para as quebras telefônicas e telemáticas era "muito frágil".
"Não há qualquer indício material de que o ex-chanceler tenha procedido de modo incompatível ao desejo social e do governo federal de se obter vacina para todos, assim como combater, em outras frentes, a pandemia do Covid-19", registrou.