O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou neste sábado (22) que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve ser convocado para prestar depoimento novamente. O senador argumenta que Pazuello aproveitou o habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para "mentir" sem o risco de ser preso.
— Ele (Pazuello) estava com um habeas corpus debaixo do braço, que permitia que ele falasse o que ele quisesse, que nada poderia acontecer com ele. Por isso que ele está sendo reconvocado, vai ser reconvocado na quarta-feira — disse Aziz em live promovida pelo Grupo Prerrogativas.
O senador disse ainda que espera não ter a ingerência do STF na questão:
— Até porque, se o ministro (Ricardo) Lewandowski assistiu (ao depoimento), ele disse "não posso dar de novo habeas corpus para o cara mentir".
De acordo com o portal G1, um requerimento foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) na última sexta-feira (21) para reconvocar o ex-ministro — um novo depoimento depende da aprovação desse pedido, que tem previsão para ser votado na próxima quarta-feira (26).
Vieira sustenta que o depoimento do general foi “permeado por diversas contradições verificadas no cotejo com documentos e informações disponibilizados a esta CPI e mesmo publicamente divulgados”.
Após a obtenção de habeas corpus no STF para ficar em silêncio em perguntas que pudessem produzir provas contra si, o ex-ministro da Saúde Pazuello depôs à comissão nas últimas quarta e quinta-feira. A decisão, no entanto, definiu que ele teria de falar a verdade em questionamentos nos quais não pudesse se incriminar. Na opinião de Aziz, o general mentiu para defender o presidente Jair Bolsonaro.
— O Pazuello foi lá e defendeu Bolsonaro como se estivesse defendendo o filho dele. Talvez um pai não mentisse tanto pelo filho como o Pazuello mentiu pelo Bolsonaro — afirmou o presidente da CPI.