O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira (6) ser contra a quebra de patentes de vacinas contra a covid-19. Durante depoimento à CPI da Covid-19 no Senado, o ministro disse temer que o Brasil "não tenha condições de produzir as vacinas", mesmo com a suspensão dos direitos de propriedade intelectual.
— Como nosso programa está calcado em vacinas como a Pfizer e Janssen, isso pode interferir negativamente no aporte de vacinas para o Programa Nacional de Imunização. Claro que isso é uma opinião inicial. Vi que o presidente (norte-americano Joe) Biden se manifestou. Isso carece de análise mais detida — afirmou Queiroga.
Em depoimento, Queiroga reforçou ser contra a teoria de imunidade de rebanho por meio da contaminação massiva e destacou que toda aglomeração deve ser coibida. Questionado sobre as ações do presidente Jair Bolsonaro que causam o ajuntamento de pessoas, Queiroga evitou mencionar diretamente o chefe do Executivo:
— Toda aglomeração deve ser dissuadida, independente de quem faça.
De acordo com o ministro, a saída da crise sanitária deve ser por meio da vacinação. Conforme narrou, Queiroga disse ter presenciado o presidente falar em tratamento precoce em uma única oportunidade. Medicamentos como a cloroquina, sem eficácia comprovada contra a covid-19, são defendidos por Bolsonaro e governistas como alternativa às medidas profiláticas.