O ex-presidente Michel Temer afirmou, na noite desta segunda-feira (12), que não vê riscos à democracia no Brasil. Na avaliação de Temer, as instituições "estão muito solidificadas", o que inviabilizaria uma ruptura política no país. A manifestação do ex-presidente ocorreu durante debate virtual da 34ª edição do Fórum da Liberdade.
— Temos uma garantia democrática extraordinária. Não vejo risco para a democracia, porque as instituições estão muito solidificadas. Segundo ponto, você só tem uma eventual ruptura constitucional, do tipo golpe, se houver apoio das Forças Armadas. Posso atestar que elas são cumpridoras rigorosas do texto constitucional — disse Temer, em resposta a um questionamento do público sobre conflitos recentes entre Poderes no país.
O Fórum da Liberdade é conhecido por debater, em Porto Alegre, os rumos do liberalismo. Organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), o evento é realizado neste ano de forma online em razão da pandemia.
Em seu discurso, Temer também sinalizou que não se arrepende de ter indicado o ministro Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017. O ex-presidente foi questionado pelo público se, hipoteticamente, voltaria a indicar o ministro após polêmicas envolvendo a Corte.
— Eu confesso que faria (nova indicação). Conheço o Alexandre de Moraes há muito tempo. Um constitucionalista, no STF, sempre fará um bom papel. E acredito que ele tem feito um bom papel. Pode ser polêmica a decisão, mas reconheço que ele ampara suas decisões na ordem jurídica — pontuou Temer.
Moraes é o relator de inquéritos sobre disseminação de fake news e atos antidemocráticos pelo país. No Fórum da Liberdade, Temer ressaltou que a tecnologia traz tanto aspectos positivos quanto negativos no dia a dia. No segundo caso, ele lembrou a existência de informações falsas que circulam pela internet.
Evento segue na terça
Com o tema "O digital limita ou liberta?", a edição 2021 do fórum termina na noite desta terça-feira (13). Empreendedores, políticos e analistas devem fazer uma reflexão sobre o paradoxo das novas tecnologias. Na visão do IEE, as ferramentas trazem oportunidades para negócios e ampliam o alcance de vozes, mas também polarizam debates e criam bolhas.
Na programação desta terça, estão previstas seis palestras. Um dos destaques é a participação de Salman Khan, que deve avaliar o desafio das ferramentas digitais na educação. Ele é o criador da Khan Academy, instituição que fornece aulas gratuitas em formato online.
Ao longo do segundo dia, o evento terá ainda a presença de nomes como João Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, e Mary O'Grady, editora do The Wall Street Journal.
Programação de terça-feira, 13 de abril
15h - O desafio das ferramentas digitais na educação
Salman Khan, criador da Khan Academy
16h15min - Reféns de milícias digitais?
Frank Furedi, sociólogo, Jason Brennan, cientista político, e Luiz Felipe Pondé, filósofo e escritor
17h40min - Caiu na rede, é venda
Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, Bel Humberg, CEO da Fashion Code, e Rachel Maia, CEO da RM Consulting Consumer Goods
19h05min - O vencedor leva tudo?
João Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, Ricardo Geromel, autor dos best-sellers O Poder da China e Bilionários, e Ronaldo Lemos, advogado especialista em tecnologia e sociedade
20h20min - Special guests
Mary O'Grady, editora do The Wall Street Journal
21h10min - Quem vigia os vigilantes?
James Robinson, economista, e William Waack, jornalista
22h - Encerramento