O Ministério Público (MP) cumpriu, nesta quinta-feira (15), mandados de busca e apreensão na casa do secretário de Meio Ambiente de Uruguaiana, Vagner Garcia, e de uma ex-assessora. Mano do Gás (Republicanos), como é conhecido, é investigado por fatos praticados enquanto era vereador entre os anos de 2016 e 2020. Ele nega as acusações e diz estar sendo vítima de uma manobra política.
Segundo a promotoria, o então vereador teria solicitado R$ 1 mil por mês a uma funcionária, que deveria ser reservado e, futuramente, entregue na época das eleições, como se fosse uma doação eleitoral espontânea. O MP diz ter conseguido comprovar o fato por meio de um assessor, mas não descarta que tenha ocorrido com outras pessoas.
Os mandados foram cumpridos com o apoio da Brigada Militar. Celulares e documentos foram apreendidos.
De acordo com o MP, essa é a fase ostensiva da Operação Rachadinha. Anteriormente, a promotoria já havia realizado a quebra do sigilo bancário dos investigados e ouvido uma testemunha. Com isso, os promotores dizem tem provado, "de maneira satisfatória a existência da prática da rachadinha, consistente na solicitação de parcela do salário de sua assessoria, inclusive como requisito para assunção e permanência no exercício do cargo”.
A promotoria decidiu não pedir o afastamento ou outras medidas judiciais contra o atual secretário municipal enquanto a investigação estiver em curso.
Contraponto
Procurado por GZH, Mano do Gás nega as acusações e diz estar sendo vítima de uma manobra política. Afirma que a denúncia foi feita antes das eleições para que sua popularidade fosse reduzida e que, por esse motivo, não foi eleito.
O secretário também diz que a Câmara de Vereadores havia aberto uma investigação na Comissão de Ética sobre a mesma denúncia e o caso foi arquivado. Agora, afirma ter se surpreendido com os mandados de busca.
Questionado sobre a afirmação do MP de que ele pediria R$ 1 mil por mês a assessores, respondeu:
— É isso que eu quero que provem! Na realidade, eu, mais do que ninguém, quero que provem que esse fato tenha ocorrido, porque eu tenho certeza que não. Se tiver ocorrido algum fato dessa suposta entrega de valores, que comprovem. Minhas contas estão à disposição para serem verificadas.
A prefeitura de Uruguaiana diz que "cabe a ele (secretário), elucidar, provar sua inocência, utilizando o princípio da ampla defesa e do contraditório". Também adianta que "o Poder Executivo aguardará o desfecho das investigações e a posição da justiça, do Poder Judiciário, sobre o caso."