O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), teve alta médica nesta terça-feira, 27, após passar 12 dias no Hospital Sírio-Libanês, no Centro de São Paulo, internado em decorrência do tratamento de câncer a que se submete desde novembro de 2019. Covas vem sendo atendido com um protocolo que inclui tanto quimioterapia quanto imunoterapia, e o prognóstico é que siga ambos os procedimentos com aplicações dos medicamentos em sessões 48 horas de duração, a cada duas semanas. Fora do hospital, o prefeito se mantém no cargo, mas com recomendação de evitar a presença em agendas públicas, ao menos por ora.
Covas já vinha despachando do quarto onde esteve internado. A alta de Covas estava prevista para ter ocorrido no começo da semana passada. Porém, durante os exames de rotina, os médicos haviam identificado um acúmulo de líquidos no abdômen e ao redor de seus pulmões, decorrente de uma inflamação causada pelos tumores que atingem seu fígado - além de cinco pontos da doença no órgão, ele também tem um tumor nos ossos da bacia e outro nos da coluna vertebral.
Por causa desse acúmulo, Covas teve drenos instalados em seu tórax, e teve de aguardar o sucesso desse procedimento para ser liberado. No hospital, ele também recebeu alimentação intravenosa como medida complementar para mantê-lo fortalecido, além da alimentação comum, por via oral, que ele manteve.
"Partiu casa! Mais uma vitória entre muitas batalhas. Agradeço a todos pelas rezas, orações e pensamentos positivos. O tratamento continua. O carinho e força que recebi durante todos esses dias são essenciais para continuar lutando e acreditando" escreveu Covas, em sua conta no Instagram, ao publicar o boletim médico que informou sobre sua alta.
Segundo boletim médico divulgado nesta terça, o tratamento foi "bem tolerado" e o prefeito "está apto a manter suas atividades pessoais e profissionais". Covas é acompanhado por uma junta médica composta pelo intectologista David Uip, o cardiologista Roberto Kalil e os oncologistas Artur Katz e Tulio Pfiffer.
O prefeito descobriu o câncer durante uma investigação médica para iniciada após o surgimento de uma trombose. A doença já tinha sinais de avanço: havia um tumor no fígado, outro na cárdia (o ponto de ligação entre o esôfago e o estômago) e outro em gânglios linfáticos. O primeiro tratamento fez com que dois desses tumores desaparecessem. Neste ano, entretanto, o tumor remanecente, do fígado, teve nova metástase e se espalhou por cinco pontos dentro do órgão. Os médicos ainda descobriram novos tumores nos ossos, razão pela qual o tratamento passou a usar tanto a quimioterapia quanto a imunoterapia, procedimento que pretende fortalecer o sistema de defesa do corpo do prefeito.
Covas optou por não se licenciar do cargo durante o tratamento e orientou sua equipe médica que fosse transparente com relação às etapas da doença com jornalistas. Pelas redes sociais - ele mesmo gerencia sua conta no Instagram -, tem agradecido mensagens de apoio recebida de eleitores, aliados e adversários políticos.