Em meio a uma disputa entre o grupo de aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o MDB conseguiu emplacar o "número 2" da Casa. Com 40 votos, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) foi eleito vice-presidente da Mesa do Senado nesta terça-feira (2). Ele derrotou o senador Lucas Barreto (PSD-AP), que recebeu 33 votos.
Confira a composição da Mesa Diretora do Senado
- Presidente: Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
- 1º vice-presidente: Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
- 2ª vice-presidente : Romário (Podemos-RJ)
- 1º secretário: Irajá Abreu (PSD-TO)
- 2º secretário: Elmano Férrer (PP-PI)
- 3º secretário: Rogério Carvalho (PT-SE)
- 4º secretário: Weverton Rocha (PDT-MA)
- 1º suplente: Jorginho Mello (PL-SC)
- 2º suplente: Luiz do Carmo (MDB-GO)
- 3º suplente: Eliziane Gama (Cidadania-MA)
- 4º suplente: vago
O interesse pelo cargo gerou uma divisão entre aliados do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), padrinho de Pacheco no cargo. Inicialmente, Alcolumbre havia prometido a vaga para o PSD. Mais tarde, porém, ele fez um acordo com o MDB: ofereceu o cargo na Mesa para que o partido abandonasse a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à presidência do Senado e apoiasse o candidato do DEM.
O movimento irritou membros do PSD, para quem Davi Alcolumbre deu um "capote" na legenda e prejudicou Lucas Barreto, um dos aliados mais próximos do senador do Amapá. Mesmo após o acordo com o MDB, o PSD se recusava a ceder.
A disputa teve que ser decidida no voto nesta terça-feira. Após o resultado, Lucas Barreto abraçou Veneziano, em sinal de pacificação. Os demais cargos da Mesa foram definidos e eleitos por acordo.
Se Lucas Barreto fosse eleito, o MDB, maior partido do Senado, com 15 integrantes, ficaria isolado, sem cargos importantes na Mesa e sem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - já que há uma negociação para Davi Alcolumbre presidir a CCJ.
— Um partido com 15 integrantes estar fora simplesmente da composição da Mesa é algo pouco entendível e compreensível até para o melhor funcionamento da Casa — disse Veneziano, antes da votação.
Questionado sobre o impasse, Rodrigo Pacheco afirmou que tentaria, antes da votação, um acordo até a "undécima hora". Sobre a possibilidade de o maior partido da Casa ficar isolado, o presidente do Senado lembrou a sua própria situação:
— Eu próprio me candidatei por um partido com seis senadores. Obviamente, vamos buscar essa compatibilização para dar todo o prestígio a todos os partidos da Casa.
Todos os demais cargos na Mesa ficaram com aliados de Pacheco. A única integrante da cúpula que declarou apoio a Simone Tebet (MDB-MS) na eleição foi a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), escolhida como 3ª suplente. O cargo de 4º suplente ficou vago e poderá ser decidido em outra ocasião.