No momento em que vários países, inclusive da América Latina, anunciam o início da imunização contra covid-19, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a minimizar a demora para liberação e aquisição, por parte do governo, de vacinas. Segundo ele, diante de um mercado consumidor "enorme" no país, os laboratórios é que deveriam estar interessados nos pedidos de autorização junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e em vender a vacina ao Brasil.
— O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa? Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Quem quer vender (que tem) — disse Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Bolsonaro voltou a repetir a versão de que as bulas de vacinas apontam que a responsabilidade sobre o uso do medicamento e possíveis efeitos colaterais são do consumidor e também que não irá tomar o imunizante, pois já contraiu covid-19. Segundo o presidente, "o cheque de R$ 20 bilhões" para a compra de vacinas já foi assinado por ele.
— Tem muita gente de olho nesse dinheiro. Impressionante como uma ou outra pessoa que a gente conhece, não vou dizer o nome aqui, jamais se preocuparia com a vida do próximo. A preocupação é outra. Não vou falar qual que é — disse ele.
Bolsonaro repetiu que não está preocupado com o início da campanha de vacinação no país, pois o processo depende da Anvisa.
— Se eu vou na Anvisa e digo "corre aí", vão falar que estou interferindo — completou o presidente.