O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou o julgamento, previsto para a tarde desta terça-feira (15), de um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para suspender a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro envolvendo um suposto esquema de rachadinhas. A Corte ainda não definiu nova data para que a solicitação seja apreciada.
O caso se debruça sobre o período em que o filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, exercia o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O pedido da defesa de Flávio foi rejeitado em abril deste ano pelo relator do caso, ministro Felix Fischer, considerado um dos magistrados mais rigorosos do STJ. No julgamento que estava previsto para esta terça, os cinco integrantes da Quinta Turma iriam decidir se mantinham ou não o entendimento do relator.
Esta será a primeira vez que o caso Queiroz será julgado pela nova composição da Quinta Turma do STJ, colegiado especializado em matérias penais. O ministro João Otávio de Noronha passou a integrar o colegiado desde que deixou o comando do STJ, no mês passado.
O caso
As investigações começaram em julho de 2018 depois que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj.
Para os promotores que apuram o caso, Queiroz era o operador do esquema que também faria lavagem de dinheiro por meio de imóveis e da loja de chocolates de Flávio. Queiroz recebeu mais de R$ 2 milhões em 483 depósitos de outros assessores do gabinete.
Além disso, os investigadores localizaram imagens de Queiroz pagando despesas pessoais de Flávio em dinheiro vivo. Também há depósitos feitos por Queiroz na conta de Michelle, esposa de Jair Bolsonaro.
O ex-assessor agora cumpre prisão domiciliar em seu apartamento. Ele foi detido na casa do advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef em Atibaia (SP).