O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, depôs à Polícia Federal como testemunha no dia 10 de setembro, dentro da apuração sobre o financiamento e a organização de atos contra a democracia. Essa investigação foi criada em abril, no âmbito do inquérito das fake news, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo a TV Globo, que teve acesso ao depoimento, Carlos Bolsonaro negou estar envolvido na organização desses atos. Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro esteve presente em algumas dessas manifestações.
O vereador também disse que não participa da política de comunicação do governo federal, mas admitiu que tem acesso às contas do pai. Ele também negou que use robôs para impulsionar a divulgação de informações em redes sociais.
Carlos Bolsonaro disse, ainda, que mantém contato com um dos assessores que integra o chamado "gabinete do ódio", José Matheus Gomes, mas afirmou que sua relação tem o objetivo de colher informações sobre o governo para divulgar nas redes sociais. O "gabinete do ódio" é um termo utilizado para descrever assessores do governo federal que, de acordo com investigações, seria responsável por promover páginas de informações falsas ligadas ao presidente. Em julho, o Facebook removeu 73 contas ligadas a eles. O termo é rejeitado pelos apoiadores de Bolsonaro, que alegam perseguição política.
A Polícia Federal também pretende ouvir o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também filho do presidente.