A confirmação de que o presidente Jair Bolsonaro testou positivo para covid-19 preocupou seus aliados na política gaúcha. Parlamentares manifestaram desejo de uma rápida recuperação e incentivaram o uso de medicamentos como a cloroquina e a ivermectina, sem comprovação científica de eficácia no tratamento da doença provocada pelo coronavírus.
Pelo menos um deles, Ubiratan Sanderson (PSL), esteve com Bolsonaro nos últimos dias e já está cumprindo quarentena. O deputado Osmar Terra (MDB) foi recebido duas vezes por Bolsonaro em audiências oficiais nas duas últimas semanas, em 23 de junho e 1º de julho, mas não quis se manifestar.
Sanderson almoçou com o presidente no Palácio do Planalto na última quinta-feira (1º). O deputado diz ter cumprimentado Bolsonaro apenas com um leve toque de cotovelo, como recomenda a etiqueta sanitária da pandemia, mas por mais de uma hora esteve no mesmo espaço e ficou perto do presidente.
Vice-líder do governo na Câmara, Sanderson já se recolheu em casa e pretende fazer dois testes ainda nesta terça-feira (7), o exame rápido, cujo resultado sai em menos de meia hora, e o RT-PCR, de resultado mais confiável, mas no qual o laudo só fica pronto no dia seguinte.
— Já estou isolado em casa e não saio da quarentena enquanto os resultados não saírem. Estou bem, mas fiquei muito próximo do presidente — conta o parlamentar.
Segundo Sanderson, Bolsonaro pretende despachar remotamente enquanto permanecer em isolamento e não cogita transmitir o cargo ao vice Hamilton Mourão, salvo em caso de agravamento dos sintomas. Quem também está cumprindo quarentena é o líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), O deputado almoçou com Bolsonaro na segunda-feira (6) para discutir eventual nomeação para o Ministério da Educação.
— Infelizmente, esse é o caminho do vírus. Muita gente ainda vai se contaminar até que chegue uma vacina — lamentou Sanderson.
Informado por GaúchaZH de que o presidente havia sido contaminado, o deputado federal Bibio Nunes (PSL) se encontrou com Bolsonaro há cerca de 20 dias, em reunião no Palácio da Alvorada, e diz não correr riscos de ter sido infectado. Ele estimou que em uma semana Bolsonaro já estará curado.
— O presidente é um ser humano como todo mundo, acabou pegando a doença. Mas no máximo em uma semana já estará bem, usando muita cloroquina e hidroxicloroquina. O general Heleno tem 75 anos e ficou bem, o presidente também vai ficar — disse Bibo.
Outro aliado, o senador Luiz Carlos Heinze (PP) está há três meses isolado em sua fazenda, no interior de São Borja. Conforme o senador, Bolsonaro mantém muitos contatos e agendas públicas em razão das incumbências do cargo, o que facilita a contaminação.
— Tem de usar máscara, álcool gel, distanciamento, todos esses cuidados. O presidente já escapou aquela vez (quando boa parte de sua comitiva testou positivo após viagem aos Estados Unidos), mas agora não deu. Mas tenho certeza de que ele vai sair bem dessa. Agora tem a cloroquina e a ivermectina para usar no tratamento — destacou Heinze.