A eventual saída de Abraham Weintraub do comando do Ministério da Educação (MEC) voltou a ser ventilada nesta quarta-feira (17). O dia foi dominado por especulações sobre possível anúncio oficial da demissão, nome cotado para a sucessão e o cargo que seria ocupado por Weintraub pós-saída da pasta.
Com uma gestão polêmica, o ministro viu sua situação no governo ficar mais complicada desde a divulgação do vídeo da reunião ministerial, onde ele ofende membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Além desse fato, a presença de Weintraub em ato bolsonarista, no último domingo (14), desrespeitando normas de Brasília ao transitar sem máscara, dificultou ainda mais a sua permanência à frente do MEC.
A revista Veja publicou informação de bastidor no sentido de que o presidente Jair Bolsonaro estaria esperando o pedido de demissão do correligionário. Assessores mais próximos de Weintraub já estariam aguardando a oficialização da saída do ministro já nesta quinta-feira (18), em movimento que contaria com a participação do presidente, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Existe a expectativa ainda de que o chefe do Executivo grave um vídeo sobre a decisão, suavizando a retirada.
Com os indícios apontando para a iminente troca no comando do Ministério da Educação, o nome do possível sucessor também começou a ganhar força nesta quarta-feira. O jornal o Estado de S.Paulo publicou reportagem destacando que Bolsonaro estuda colocar o secretário nacional de Alfabetização, Carlos Nadalim, no lugar de Weintraub. Os dois são seguidores do guru bolsonarista Olavo de Carvalho e defendem o homeschooling — educação domiciliar.
A solução caseira teria o apoio da ideológica do governo, pois colocaria no posto um nome identificado com a base bolsonarista. A hipótese de Nadalim assumir interinamente também teria sido levantada.
Outro nome cotado seria o do presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Benedito Aguiar, conforme a Folha. Aguiar conta com simpatia da bancada evangélica e teria certa proximidade com o ministro do STF Alexandre de Moraes, que lecionou no Mackenzie na época em que Aguiar foi reitor da universidade.
Futuro
Com a possibilidade da saída de Weintraub do comando da pasta ganhando força, outra especulação nos bastidores é sobre qual seria o futuro do ministro. Como tem o apreço da família Bolsonaro, o presidente estaria buscando um fim de ciclo harmonioso entre as partes.
A comentarista da Globo News e colunista do G1 Cris Lôbo afirmou que o governo cogita indicar Weintraub para um cargo de diretoria no Banco Mundial. Outra especulação aponta a possibilidade de o ministro ser indicado para uma função diplomática em Portugal, o que não foi bem recebido por diplomatas.