A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, lamentou a saída de Nelson Teich e criticou a postura adotada pelo Ministério da Saúde no enfrentamento à pandemia de coronavírus. Segundo ela, o agora ex-ministro teve posições técnicas, mas não aplicou medidas abrangentes para todo o país.
— O ministro não conseguiu mostrar exatamente qual é a política nacional de enfrentamento à pandemia, principalmente sobre questões sobre o distanciamento social. De outro lado, encontramos dificuldades em ter nossas expectativas atendidas, como na habilitação de novos leitos de UTI.
Nelson Teich pediu exoneração nesta sexta-feira (15). O médico estava havia menos de um mês no posto, tendo assumido o lugar de Luiz Henrique Mandetta, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro em 16 de abril. Ou seja: é a segunda saída de um ministro da Saúde em meio ao combate à pandemia de coronavírus no Brasil.
Durante entrevista à Rádio Gaúcha nesta manhã, a secretária avaliou a falta de um trabalho em conjunto entre Estados, municípios e o governo federal. Arita disse ainda que mais uma baixa no ministério deixa o trabalho da secretaria "inseguro".
— Precisamos ter um alinhamento do governo federal para passar uma mensagem à população, e que o distanciamento social seja uma prática.
Questionada sobre a possibilidade de o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) assumir a pasta, a secretária disse que o Rio Grande do Sul não vai abrir mão do distanciamento controlado. O deputado gaúcho está alinhado ao presidente Jair Bolsonaro em relação às críticas ao isolamento social proposto por muitos governadores e prefeitos.
— Nós não vamos arredar pé do nosso modelo, podemos aperfeiçoar um ou outro item. Nossa posição em relação aos outros Estados comprova isso — avaliou.
Baseado na segmentação por regiões e por setores de atividade econômica, o modelo de distanciamento controlado apresentado pelo governador gaúcho prevê quatro níveis de restrições, representados por bandeiras nas cores amarela, laranja, vermelha e preta, que varia conforme a propagação da doença e a capacidade do sistema de saúde em cada uma das 20 regiões pré-determinadas.
— Esperamos que assuma, lá em Brasília, alguém que dialogue com os Estados. Precisamos somar forças — finalizou.