Na visão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a saída da crise vivida em razão da pandemia de coronavírus passa por planejamento. Ele afirma que não é hora de apontar erros ou acertos de cada um, mas sim unir os poderes para dar previsões de cenários possíveis à população, em especial à parcela economicamente mais vulnerável.
Maia concedeu entrevista ao canal Globonews na tarde desta terça-feira (24).
— O Estado brasileiro como um todo tem de garantir previsibilidade para a sociedade — opinou, detalhando:
— Primeiro, precisa garantir as vidas, os empregos e cuidar dos mais vulneráveis. Essa tem que ser a nossa agenda dos próximos 60 dias. Sempre segregando o déficit que será inevitável.
Maia projeta que o Brasil vá terminar 2020 com uma perda econômica de mais de R$ 200 bilhões. Entretanto, reforça que é necessário trabalhar com previsões e ações de curto prazo para depois pensar em recuperar as perdas.
Sobre o possível corte de salários de servidores para redirecionar a verba para o combate à crise que virá depois da pandemia, Maia explicou que há comissões de partidos estudando "a melhor maneira de os agentes públicos fazerem sua parte":
— Haverá um empobrecimento da população. A renda do brasileiro vai ser menor. Todos poderes precisam contribuir. Deputados, juízes, fiscais de renda, todos servidores, protegendo aqueles que estão enfrentando a crise: médicos, enfermeiros e policiais que estão na rua.
Questionado sobre as medidas provisórias anunciadas pelo presidente Bolsonaro, Maia comentou a repercussão que as mudanças criaram. A Lei de Acesso a Informação, impactada pela medida provisória (MP) editada na segunda-feira (23), é um dos itens que recebe a atenção dele.
— Fizemos uma análise pela manhã com as preocupações. Estou dialogando com o Davi (Alcolumbre, presidente do Senado) para que a gente possa construir neste momento de crise um rito para votação das MP. Em alguns assuntos o governo vai um pouco além. A gente precisa em plenário cuidar dos excessos e estabelecer o que se precisa mesmo no momento - ponderou.