O governador Eduardo Leite se reuniu, por videoconferência, com representantes de setores empresariais gaúchos que pedem uma perspectiva para a retomada das atividades econômicas e comerciais no Estado. Aos empresários, no encontro realizado na noite deste domingo (29), Leite disse que não é possível dar um prazo, e reafirmou que decidirá sobre o tema do isolamento social com base em orientações científicas.
Apesar de não ter dado o calendário desejado, o tom usado pelo governador agradou os empresários.
– Saímos satisfeitos, porque o governador também está preocupado. Ele não acenou com nada do que foi pedido, mas a gente pode dizer, com muita certeza, que nos sentimos todos participantes do mesmo problema, do mesmo barco – disse Luiz Carlos Bohn, da Fecomércio.
No encontro, parte dos empresários também pediu ao governador que unifique as medidas restritivas que vêm sendo adotadas pelos municípios. Empresários vêm pressionando prefeitos a flexibilizar restrições. A essa demanda, Leite afirmou que há características regionais e que não cabe ao Estado padronizar o isolamento social em território gaúcho.
Na prática, a maior parte das medidas de isolamento social está em vigor por conta de decretos de prefeitos. O decreto estadual, apesar de impor condicionantes, permite o funcionamento da indústria, do comércio e dos serviços em geral.
O governador também destacou que uma pesquisa científica que está sendo iniciada no Estado deve auxiliar nas próximas decisões sobre isolamento social. O estudo tem objetivo de estimar o percentual da população infectada pelo coronavírus e o ritmo de avanço da pandemia no Estado.
A videoconferência, articulada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, ocorre quatro dias depois de entidades empresariais do Estado emitirem carta pressionando publicamente o governador pela retomada das atividades econômicas e comerciais. No documento, as federações das Indústrias (Fiergs), da Agricultura (Farsul) e do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio) pediam o retorno gradativo das atividades econômicas a partir de 1º de abril.
– Melhor é abrir (o comércio). A gente não quer atropelar, abrir mal, mas estamos ansiosos para abrir porque sabemos o que isso representa para a economia – afirmou, nesta segunda-feira, Bohn.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a comunidade científica internacional têm indicado que a melhor estratégia para conter a disseminação do vírus e evitar o colapso dos sistemas de saúde é o isolamento social.
O encontro faz parte de uma série de articulações sobre o tema, envolvendo deputados estaduais e empresários. Os encontros são chamados pela Assembleia de Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico. Conforme a assessoria de Polo, o grupo tem como prioridade garantir o funcionamento e a continuidade de setores estratégicos para a produção de alimentos no Estado, garantindo a saúde dos agentes envolvidos. Uma nova rodada deve ocorre na quarta-feira.