Documentos fornecidos pelo Facebook à CPI das Fake News indicam a ligação entre o gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e ataques virtuais contra parlamentares e ex-ministros críticos ao governo do presidente Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), que tornou público nesta quarta-feira (4), durante reunião da CPI, o conteúdo de documentos sigilosos enviados pela companhia, em resposta a requerimento do deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE) sobre a titularidade do perfil de Instagram Bolsofeios.
Segundo os documentos, o perfil remete ao computador de Eduardo Guimarães, assessor parlamentar de Eduardo Bolsonaro.
— Essa conta é operada de dentro da Câmara dos Deputados. Não é o Frota que está falando. Não estou perseguindo. Está comprovado — declarou o deputado.
O perfil Bolsofeios foi citado por Frota e pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), em seus depoimentos à CPI, como um dos que integram a coordenação e a execução de ataques nas redes sociais contra supostos desafetos do governo federal.
Eduardo Bolsonaro, que já foi membro da CPI Mista, sempre afirmou desconhecer a participação de seus assessores nesses perfis, que ele afirma serem de apoiadores espontâneos. Frota disse que o colega é "promíscuo" e "mente covardemente" à comissão.
— Quero saber qual vai ser a desculpa. O Eduardo vai ligar para o papai e pedir para o Facebook desmentir? Para a Justiça dizer que foi engano? — questionou.
Eduardo Bolsonaro reagiu em vídeo divulgado na sua rede social. Ele afirmou que o perfil tem piadas sobre a vida pessoal da família, não ataques a desafetos, e reiterou confiança no assessor citado:
"O meu assessor segue comigo, vai continuar trabalhando comigo, eu não dou ordens em relação a esse perfil que ele tem, mas a gente não pode dizer que isso é um crime, porque na verdade não é. E tampouco é passível de ir para o Conselho de Ética, como disse o deputado Túlio Gadelha, porque eu não posso, segundo a Constituição, responder por conduta de terceiro", declarou.