O ministro da Educação, Abraham Weintraub, compartilhou uma mensagem nas redes sociais que diz que o presidente Jair Bolsonaro "traiu o ministro Sergio Moro e o povo brasileiro". Pouco depois, ele apagou e disse que se equivocou.
Após Bolsonaro ter sancionado o projeto anticrime, mantendo a criação da figura de um juiz de garantias, o assunto ganhou grande debate no Twitter. Moro defendia o veto desse ponto e apoiadores do governo têm criticado a decisão. Em decorrência disso, o termo #BolsonaroTraidor se tornou o mais comentado no Twitter por contas brasileiras nesta quarta- feira (25).
Weintraub retuitou mensagem do youtuber Nando Moura, antes apoiador e hoje crítico do presidente, o que o fez virar alvo de bolsonaristas. "Bolsonaro ao sancionar a emenda do FREIXO traiu não só o ministro Sérgio Moro mas TODO o povo brasileiro. Não existe mais nenhuma justiça neste país", diz a mensagem.
O trecho da lei que cria o juiz de garantia surgiu em uma emenda do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ). De acordo com a nova lei, o juiz de garantia instruirá o processo, mas não fará o julgamento. A ideia é evitar acusações de parcialidade.
A mensagem foi compartilhada às 17h58min desta quarta. Menos de 20 minutos depois, o retuíte de Weintraub havia sido apagado pelo ministro, que, 45 minutos depois, afirmou se tratar de um erro seu. "Dei RT sem querer", escreveu.
Pouco antes, seu irmão Arthur Weintraub atribuiu a gafe à inépcia do ministro na rede social, embora o titular da Educação seja um usuário contumaz.
"Meu irmão é tiozão de internet. Ele às vezes fica folhando (sic) posts e dá like e RT (retuíte) sem querer. Eu pergunto 'vc viu q vc curtiu tal coisa?'. Ele 'eu apenas li'. Some-se a isso o fato de que ele está num navio, com internet intermitente. Meu irmão vai gravar vídeo explicando o erro", escreveu Arthur. Retuitar um conteúdo, porém, exige mais de um clique.
Weintraub está de férias e a previsão de volta ao trabalho é no início do ano. Aliados do governo apostam em sua saída do MEC, mas Bolsonaro afirma que ele fica. O ministro faz uso recorrente de sua conta no Twitter para fazer ataques a adversários, em especial ao PT, à esquerda e à imprensa. Quando questionado sobre o teor das mensagens, Weintraub ressalta que se trata de sua conta pessoal.