A primeira-dama Michelle Bolsonaro não acompanhou o presidente Jair Bolsonaro em viagem à Bahia, nesta sexta-feira (27), porque passará por uma cirurgia nos próximos dias. Na porta do Palácio da Alvorada, onde cumprimentou um grupo de eleitores antes do embarque, o presidente não deu detalhes sobre o procedimento cirúrgico. Segundo ele, "é coisa besteira".
Na entrada da residência oficial, a primeira-dama também foi questionada sobre o assunto e disse apenas que "não é nada grave". Ela deve passar a virada do ano com familiares em Brasília.
O Palácio do Planalto também se negou a informar o motivo da cirurgia. Segundo um auxiliar presidencial, trata-se de um "simples procedimento estético" e de "rápida recuperação".
O presidente passará o recesso de fim de ano na base naval de Aratu, a 42 km do centro de Salvador. Ele pretende ficar no balneário militar até o dia 5 de janeiro. Com ele, vai a sua filha caçula, Laura, e poucos parentes.
— Ela (Michelle) vai fazer uma cirurgia por esses dias aí — disse Bolsonaro, ao comentar a ausência da mulher.
— Outra coisa, eu vou para pescar também. Geralmente, ela não gosta de pescar. Então, para ir e ficar chateada, deixa ela aqui. Aqui tem o pessoal da Ceilândia, que tá sempre com ela — completou o presidente, referindo-se à cidade satélite do Distrito Federal onde a primeira-dama nasceu.
Ele disse ainda que sua filha Laura o acompanhará na viagem:
— Como ela (Michelle) cedeu a Laura pra mim, eu estou viajando com a Laura. Vou dormir com ela, quem diria, né? Quer coisa melhor do que isso? Uma filha bacana, dormir no quarto. Tô levando o jogo Uno (de cartas) para jogar com ela. Ela joga muito bem.
Outra coisa, eu vou para pescar também. Geralmente, ela não gosta de pescar. Então, para ir e ficar chateada, deixa ela aqui.
JAIR BOLSONARO
Sobre o fato de não ser acompanhado pela esposa, Michelle, na base de Aratu
Em julho, Michelle passou por uma cirurgia para correção de desvio de septo. A operação no nariz foi feita no Hospital das Forças Armadas (HFA), com o qual a Presidência da República tem convênio.
O local escolhido por Bolsonaro para o recesso era destino favorito de outros ex-presidentes durante os feriados do Réveillon e do Carnaval. A petista Dilma Rousseff passou quatro anos seguidos o recesso de fim de ano na base militar. Como sua sucessora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também passou quatro anos seguidos o Réveillon na praia reservada. Em janeiro de 2010, por exemplo, ele foi fotografado carregando uma caixa de isopor na cabeça.
Nessa época, a Marinha gastou R$ 800 mil para reformar a casa de praia onde os presidentes se hospedam. Além dos petistas, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB) também frequentaram a base naval.
Na terça-feira (24), a equipe do presidente chegou a considerar o cancelamento da viagem após ele ter sofrido uma queda e batido a cabeça em um dos banheiros do Palácio da Alvorada. Como os exames médicos mostraram normalidade em seu estado de saúde, o deslocamento foi mantido. O presidente chegou a dizer que sofreu uma perda de memória parcial logo após o acidente doméstico.
Inicialmente, Bolsonaro cogitou passar o fim do ano em Fernando de Noronha, em Pernambuco. Por questão de saúde, uma vez que o arquipélago fica distante de uma capital estadual, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) recomendou a permanência no balneário baiano.