A segunda-feira (16) começou com protestos em frente a alguns batalhões da Brigada Militar (BM) contra o pacote do governador Eduardo Leite que altera carreiras do funcionalismo. Na maior parte dos casos, familiares e servidores inativos bloqueiam a entrada dos quartéis.
A mobilização ocorre um dia antes do início da votação dos projetos na Assembleia Legislativa, que deve se estender até quinta-feira (19).
Em Porto Alegre, por volta das 13h, manifestantes montaram piquete em frente ao 9ª Batalhão de Polícia Militar (BPM) — responsável pelo policiamento da região central da cidade. O comandante do 9º BPM, tenente-coronel Luciano Moritz, informou que o ato, encerrado por volta das 14h30min, não interferiu na atuação dos policiais, pois as viaturas não estão no local desde sexta-feira (13).
— As viaturas estão na rua, e o trabalho está fluindo perfeitamente. A população não pode sofrer. A manifestação é livre. As pessoas podem reivindicar, mas a população não pode sofrer por conta desse movimento — destacou Moritz.
Até as 14h, não havia relato de piquetes em frente a outros batalhões de Porto Alegre, de acordo com o comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Rogerio Stumpf Pereira Junior. Pela manhã, um grupo de bombeiros protestou usando faixas e apitos na Rua Silva Só. O chefe do CPC destaca que a BM em Porto Alegre está operando normalmente.
Região Central
Em Santa Maria, na Região Central, a manifestação é realizada em frente ao portão de acesso ao 1º Regimento de Polícia Montada, na Rua Pinto Bandeira. O comandante do local, tenente-coronel Erivelto Hernandes, diz que houve acordo com representantes da Abamf, que representa os servidores de nível médio da BM, para que fosse mantido o mínimo de 30% de policiais previstos para o policiamento na rua.
Já na cidade de Santiago, um grupo de cerca de 20 mulheres, esposas de policiais da reserva, bloqueia a entrada da sede da BM no município desde as 5h. Segundo a corporação, três veículos com policiais que estavam na rua não retornaram e continuam com o patrulhamento — o número representa a totalidade do efetivo habitualmente empregado na cidade.
Serra
Um grupo bloqueou a entrada e saída de viaturas da sede do 12º Batalhão de Policiamento Militar, no bairro Kayser, em Caxias do Sul, na Serra. O grupo era formado por servidores da reserva e por familiares de policiais. A manifestação foi finalizada pouco antes das 10h e o patrulhamento pela cidade normalizado.
Com faixas e cartazes, eles demonstram a contrariedade e insatisfação contra as medidas propostas pelo governo. Uma comitiva da Serra deverá seguir para Porto Alegre para mobilização contra a votação do pacote na Assembleia.
Norte e Noroeste
Em Frederico Westphalen, no norte do Estado, bloqueio também é realizado em frente ao Batalhão de Polícia Militar (BPM). Segundo o soldado Edson Ambrozi, a operação estava normal no local.
Em Santo Ângelo, os policiais militares operam apenas em ocorrências graves em que há risco à vida. Familiares e policiais da reserva estão no portão do Batalhão do 7º Regimento de Polícia Montada, na RS 344, km 97, em protesto.
Sul
Um grupo de servidores da reserva da BM bloqueia, na manhã desta segunda-feira (16), a entrada e saída de viaturas da sede do 4º Batalhão de Policiamento Militar, em Pelotas, no Sul. O grupo é formado por servidores e familiares de policiais. No domingo (15), cerca de 50 servidores protestaram em frente à residência dos pais do governador Eduardo Leite. O protesto durou aproximadamente uma hora.
Região Metropolitana
Gravataí
Manifestantes se reuniram em frente ao 17º BPM, por volta das 6h. Como o comando já havia organizado a troca da guarda, o bloqueio não influenciou nos trabalhos do órgão no município. O piquete foi encerrado por volta das 10h.
Segundo a Abamf, manifestações também foram registradas em Lagoa Vermelha, Tenente Portela, Passo Fundo, Santana do Livramento, Panambi e Uruguaiana.